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Amadora-Sintra deixou grávida em trabalho de parto ir sozinha para outro hospital por falta de vagas

Caso ocorreu em agosto do ano passado, quando uma utente, que estava grávida de 39 semanas e dois dias e se deslocou à urgência do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra)

A Entidade Reguladora da Saúde censurou o Hospital Amadora-Sintra por ter sugerido e deixado uma grávida em trabalho de parto deslocar-se pelos seus próprios meios para outro hospital por inexistência de vagas na instituição.

O caso ocorreu em agosto do ano passado, através de uma reclamação de uma utente, que estava grávida de 39 semanas e dois dias e se deslocou à urgência do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra).

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O que é censurado por esta entidade reguladora é precisamente o facto de, perante uma situação de inexistência de vagas para internamento no serviço de obstetrícia do Hospital Fernando Fonseca, o prestador ter sugerido a uma utente em trabalho de parto que se deslocasse, pelos seus próprios meios, para outro estabelecimento hospitalar”, refere a deliberação da ERS hoje divulgada.

Perante o caso, o regulador afirma que a obrigação do hospital seria providenciar, em tempo útil e de forma integrada, transporte adequado para a utente, nomeadamente através do Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM.

A ERS entende mesmo ser “incompreensível” que o hospital não tenha encontrado transporte adequado para a utente, avisando que “a segurança e previsibilidade da prestação de cuidados de saúde não se pode compadecer com a existência de mecanismos informais de transferência que estejam na dependência de familiares ou, como no caso, da própria utente”.

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A deliberação indica que, “incitando a utente a deslocar-se pelos seus próprios meios” para outro hospital, o Amadora-Sintra colocou em causa “a integração e a qualidade dos cuidados de saúde prestados”.

Na resposta que fez chegar à ERS, o Hospital Fernando Fonseca lamenta a “escassez de recursos técnicos/humanos” que diz estar na origem do caso concreto.

O hospital tem feito um esforço no sentido de garantir a continuidade de cuidados, bem como, promover a acessibilidade dos utentes aos seus cuidados, no entanto, reconhece que, neste caso, o nível de resposta não correspondeu ao pretendido, pelos motivos referidos”, indicou o Amadora-Sintra, lamentando a situação.

Contudo, indicou que não ativou meios de urgência para transporte inter-hospitalar porque a utente abandonou as instalações do hospital após a primeira observação médica e quando foi informada da falta de vagas.

Na sua deliberação, a ERS rejeita os argumentos do hospital e recorda que foram os próprios profissionais a sugerir à grávida que poderia ser ela a procurar outro hospital. Por isso, apela a que futuras situações não se repitam e que sejam adotados mecanismos de transferência.

A grávida relatou que deu entrada na urgência de obstetrícia do Amadora-Sintra pelas 08:30 de dia 09 de agosto de 2018, em trabalho de parto e com muitas dores. Depois de ter sido sugerido que se deslocasse a outra unidade, dirigiu-se ao São Francisco Xavier, em Lisboa, onde entrou pelas 11:30. O filho acabou por nascer nesse hospital às 15.38, onde tudo correu bem.

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