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Dois mortos e 44 feridos em descarrilamento de Alfa Pendular na zona de Soure

As vítimas mortais são os trabalhadores da máquina ferroviária contra a qual o comboio Alfa Pendular colidiu

Um Alfa Pendular descarrilou em Vila Nova de Anços, na zona de Soure, Coimbra, depois de embater numa máquina ferroviária que estaria a fazer a viagem entre o Entroncamento e Alfarelos. Ao que a TVI apurou o acidente fez dois mortos, 36 feridos leve e oito feridos graves.

As duas vítimas mortais eram os operadores da máquina da REFER contra a qual o comboio Alfa Pendular colidiu, afirmou o comandante Distrital de Operações de Coimbra. 

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Segundo o comandante distrital da Proteção Civil, Carlos Luís Tavares, todos os feridos já foram retirados da composição e transportados para o Hospital de Coimbra.

"Já evacuámos para diferentes hospitais dez vítimas. Não temos já qualquer passageiro no Alfa Pendular", afirmou.

Maquinista é o ferido que inspira mais cuidados

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) indicou ter recebido 28 feridos, dois dos quais graves e outros dois muito graves.

Um dos casos mais graves (politraumatismo), que foi levado para o bloco operatório de emergência, é o maquinista do Alfa Pendular.

Dos 24 restantes feridos referidos pelo CHUC, todos ligeiros, 21 deram entrada nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC, onde também estão os quatro feridos graves) e os três restantes - uma menina de 6 anos, e uma rapariga e um rapaz de 16 anos - foram assistidos no Hospital Pediátrico.

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Já o Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF) recebeu 12 feridos. Entre os feridos que deram entrada no HDFF conta-se um casal (um homem de 71 anos e uma mulher de 68) e um outro homem de 36 anos.

Quatro passageiros tiveram alta no local.

O Alfa Pendular saiu de Santa Apolónia (Lisboa), às 14:30, e seguia para o Braga. O alerta foi recebido às 15:30 no CDOS de Coimbra. No local estão mais de 200 operacionais, apoiados por mais de 80 veículos.

Marcelo lamenta "grave acidente"

O Presidente da República já lamentou "o grave acidente ferroviário em Soure", através de uma nota divulgada na página oficial da Presidência da República. Na nota, Marcelo Rebelo de Sousa conta que foi informado dos detalhes pelo "Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, apresentando sentidas condolências aos familiares e amigos das vítimas mortais e desejando rápidas melhoras aos numerosos feridos, aguardando os resultados das investigações técnicas e judiciais".

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Já o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos deslocou-se ao local do acidente onde lamentou o que aconteceu e lembrou "as vitimas, as famílias das vitimas mortais" e enviou "um abraço a todos os trabalhadores da IP".

Em declarações aos jornalistas, o ministro garantiu que quer o Alfa Pendular quer a rede ferroviária portuguesa "são sistemas modernos que oferecem segurança", mas que isso não quer dizer que "acidentes não aconteçam".

"Aquilo que se começou de imediato a fazer foi começar já o trabalho de investigação para percebermos o que aconteceu, para tirarmos todas as ilações do que aconteceu neste acidente. Infelizmente o acidente deixa marcas, temos agora todos que fazer a nossa parte. (...) Obviamente temos apostado e queremos continuar a apostar na ferrovia. Eu não diria que a ferrovia passe a ser um transporte inseguro. Mas acidentes acontecem. Não está em causa a segurança da ferrovia em Portugal. Temos de fazer o trabalho de apuramento para perceber o que aconteceu. O acidente aconteceu e temos de perceber porque é que ele aconteceu", afirmou Pedro Nuno Santos no local.

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Linha do Norte sem perspetivas de reabertura

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) vai investigar o descarrilamento e apurar as circunstâncias em que se deu o acidente.

Contactada pela Lusa, a Infraestruturas de Portugal (IP) referiu que os “danos serão avultados”, mas estão dependentes do inquérito do GPIAAF.

Fonte da IP também esclareceu que a máquina de trabalho que esteve envolvida no acidente não estava a fazer “qualquer reparação na via” no momento do embate e que o veículo se estava a dirigir para “as instalações de manutenção” em Nelas, distrito de Viseu.

Segundo fonte da CP – Comboios de Portugal, a circulação ferroviária entre as estações de Alfarelos e Pombal, na Linha do Norte, está suspensa desde as 15:30, sem perspetivas de reabertura. A empresa vai garantir “transbordo rodoviário” aos passageiros dos comboios em circulação.

"Aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, InterRegional e Regional, a CP permitirá o reembolso no valor total do bilhete adquirido ou a sua revalidação, sem custos. Estes pedidos devem ser apresentados nas bilheteiras ou em www.cp.pt, até 10 dias", informa uma nota divulgada no 'site' da empresa. 

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Pelas 23:55 de sexta-feira, fonte da IP disse à agência Lusa que ainda não é possível apontar uma hora para a reabertura da linha.

A limpeza da linha e a remoção do material circulante, em particular do Alfa Pendular e da máquina de trabalho com a qual colidiu, “são trabalhos muito demorados”, explicou a mesma fonte.

Em comunicado conjunto, a CP e a IP lamentaram, entretanto, a ocorrência do acidente. 

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