O director-geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) defende a realização «obrigatória e séria» de auditorias de segurança rodoviária aos projectos de construção das estradas, mas antes de estarem feitas, escreve a Lusa.
A propósito do acidente na A25, na segunda-feira, em Sever do Vouga, que causou seis mortos e 72 feridos, José Manuel Trigoso defendeu a reformulação de «toda a parte que diz respeito à concepção das estradas, inclusivamente introduzir de forma obrigatória e séria as auditorias de segurança rodoviária às estradas a nível dos projectos e não depois de estarem feitas».
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Manuel Trigoso lamentou não haver essa cultura em Portugal: «Não consigo compreender. Está pronto um projecto para regulamentar as auditorias às estradas - bem feito por um conjunto de entidades ¿, mas há anos que está na gaveta do poder sem ser publicado.»
O responsável lastimou ainda que os grupos de trabalho que começaram a trabalhar com regularidade no âmbito da estratégia nacional da segurança rodoviária tenham deixado de trabalhar quando foi aprovado o documento.
«O objectivo era fazer o documento, mas o documento é um meio para depois se levar à prática a realização de todos aqueles objectivos», sustentou, considerando que há «uma falta de coordenação».
Para Trigoso, é «inegável» que o sistema português tem melhorado, mas «não o suficiente»: é necessário desenvolver «uma cultura de segurança rodoviária, com a formação de condutores de qualidade, um controlo do comportamento dos utentes, do desempenho das infra-estruturas, da manutenção dos veículos, etc.»
Como prioridades, destaca a necessidade de reduzir, em termos médios, a velocidade, e «que se conduza com menos álcool e provavelmente outros tipos de substâncias que também influenciam a condução».
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