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Hepatite C: «Vamos pagar por doente curado»

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Ministro da Saúde defende que o acordo feito com a farmacêutica vai permitir tratar milhares. «A representante da Gilead vai dizer que temos o melhor acordo da Europa, o que, como é confidencial, nenhum de nós vai ficar a saber»​

O acordo que, segundo o ministro, a farmacêutica considerou ter sido «o melhor acordo na Europa», terá uma duração de «dois anos» e vai abranger «13 mil doentes». «Para a semana o contrato é assinado», disse o ministro, acrescentando que depois disso «o medicamento estará disponível em quantidades substanciais» e que «há condições para que este mês todos os doentes emergentes estejam em tratamento». Já esta sexta-feira de manhã, na TVI, a Associação SOS Hepatites se tinha mostrado feliz pelo acordo alcançado e pedia ao Ministério que agisse rapidamente, dotando os hospitais de verbas.

O ministro da Saúde anunciou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que o Estado alcançou um acordo  com a farmacêutica para fornecimento de dois medicamentos inovadores para a hepatite C.

Segundo Paulo Macedo o acordo alcançado permite aceder a dois dos medicamentos considerados inovadores para a hepatite C: o sofosbuvir, aprovado em junho, e um outro fármaco aprovado em dezembro.

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O ministro explicou que o Estado vai «pagar por doente tratado» e «curado», ou seja, «não vamos pagar por semanas», numa total «equidade entre os doentes» e não privilegiando quem tenha tratamentos mais curtos sobre aqueles que são mais longos.

Por outro lado, «haverá um adicionar de tratamentos sempre que não houver um caso de cura».

«A representante da Gilead vai dizer o mesmo que nos disse a nós, que temos o melhor acordo da Europa, o que, como é confidencial, nenhum de nós vai ficar a saber».

O «Estado suportará integralmente o custo destes tratamentos», frisou o ministro, adiantando que «a aplicação do dinheiro dos contribuintes será feita em mais pessoas tratadas», pelo que a negociação permite «gastar menos dinheiro por tratamento, mas vamos tratar mais doentes, o Estado e os contribuintes vão gastar mais». 

Quanto a valores, Paulo Macedo explicou que a confidencialidade do preço é uma regra para disponibilização do medicamento pela farmacêutica.

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No entanto referiu que o desconto correspondia ao dobro do que seria efetuado face ao preço inicial e, em resposta à questão sobre se o valor era semelhante ao praticado em Espanha, de cerca de 25 mil euros), o ministro limitou-se a afirmar que a Gilead disse que este era o melhor acordo da Europa.

Antes do ministro falou o presidente do Infarmed, que recordou que este «continua a ser um medicamento caro para o nosso pais e tem de ser usado com rigor». O Infarmed comprometeu-se a dar respostas aos pedidos em «dois dias». Eurico Castro Alves reconheceu, no entanto, que o número de pedidos subiu exponencialmente nas últimas semanas.

Eurico Castro Alves esclareceu que «até ontem [dia 5 de fevereiro] foram autorizados 655 tratamentos» e «há 467 pedidos em avaliação» e que «na próxima semana «estão todos concluídos».

O responsável pelo Infarmed também deu conta da comunicação feita aos hospitais:

«Mandámos um oficio a todos os hospitais» para saber «quantos doentes estão efetivamente a ser tratados neste momento em função das autorizações que já foram dadas. Aguardamos com a maior urgência a resposta dos hospitais para podermos fazer um balanço final e tomar as medidas necessárias para os tratamentos cheguemm o mais rapidamente aos nossos doentes».

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«Desta vez quero acreditar que o senhor ministro não nos vai deixar morrer». 

Para fazer face a este acordo, há um reforço de verbas acordado com o Ministério das Finanças, de dezenas de milhões de euros por ano.

Os hospitais terão que ter uma dotação, mas o programa não será só dependente dos hospitais, terá «uma componente central», que será da responsabilidade da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

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