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«Lisboa é das pessoas, mais contentores não!»

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Presidente da Junta de Freguesia de Alcântara discorda da ampliação do terminal e apoia petição contra esta decisão

O presidente da Junta de Freguesia de Alcântara discorda da ampliação do terminal de contentores prevista no projecto NovAlcântara e vai apoiar o movimento de cidadania que lança esta segunda-feira uma petição contra esta decisão governamental.

«Sou totalmente contra a expansão do terminal à custa do rio e da doca do Espanhol, acrescentando mais uma muralha que dificulta o acesso ao rio», declarou à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, José Godinho (PCP).

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«Uma parede de aço desceu sobre a cidade»

Lisboa: extensão de contentores em Alcântara condenada

O Governo anunciou, em Abril, a ampliação do terminal de contentores em Alcântara, que vai triplicar a actual capacidade para um milhão de TEU`s (um TEU equivale a um contentor de 20 pés), e uma intervenção ferroviária que inclui a ligação desnivelada entre este terminal e a Linha de Cintura, para transporte de carga, e a ligação desta à linha de Cascais, em túnel.

O autarca encara com bons olhos a intervenção ferroviária, mas defende que se deve manter em Alcântara «a coexistência dos paquetes de cruzeiros com os contentores e com a náutica de recreio».

«Com o decreto-lei 188/2008 [que estabelece os termos da concessão do terminal portuário de Alcântara] saiu o Euromilhões à Mota-Engil e à Liscont [empresa concessionária do terminal e que é controlada pela construtora]. A Liscont só tem a ganhar, porque vai ficar isenta de taxas, graças ao investimento que vai fazer na ampliação, e mesmo que não atinja um milhão de contentores, recebe uma indemnização do Estado», comentou o presidente da junta.

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No início de Outubro, o PSD acusou o Governo de favorecer a Liscont concedendo-lhe a exploração até 2042 do terminal de contentores de Alcântara e triplicando o espaço disponível, sem concurso público e violando o prazo legal das concessões.

José Godinho frisou também que o porto poderia crescer sem ter de destruir a doca do Espanhol e lamentou que «queiram meter contentores» numa «marina bonita» como a doca de Santo Amaro.

Por isso, declarou-se «solidário com o espírito» da petição «Lisboa é das pessoas, mais contentores não!», que é hoje apresentada.

A petição, uma iniciativa de um grupo de cidadãos liderados por Miguel Sousa Tavares, pede a revogação do DL 188/2008 alegando que a ampliação da capacidade do terminal é «incompreensível, desencessária e inaceitável» e cria uma muralha com cerca de 1,5 quilómetros com 12 a 15 metros de altura entre a Cidade de Lisboa e o Rio Tejo, implicando um período de obras de aproximadamente seis anos na zona das Docas.

Quanto à outra componente do projecto NovAlcântara - a intervenção ferroviária- José Godinho mostra-se favorável, embora a considere «insuficiente».

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«Penso que se devia aproveitar a oportunidade para alargar mais o túnel, pelo menos mais 100 metros. Isso permitia tirar aquela horrível ponte metálica provisória que está lá desde o 25 de Abril e que dificulta o acesso as Docas», sugeriu o autarca.

Entre os moradores e comerciantes daquela zona, o desconhecimento sobre as implicações do porjecto é quase generalizado.

Ainda assim, algumas pessoas contactadas pela Lusa destacaram como «muito positiva» a remoção da passagem aérea que ligava as estações de Alcântara-terra e Alcântara-Mar que «arejou as vistas».

Um morador do empreendimento Alcântara-Rio elogiou a passagem do comboio em túnel e salientou que as novas ligações vão contribuir para melhorar as acessibilidades.

O «desaparecimento» do comboio naquela zona é também motivo de satisfação para uma outra residente que classificou a passagem daquele meio de transporte como um «transtorno horrível» que afecta a população que habita junto à lin

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