ACTUALIZADA ÀS 16H10
Os alunos da escola C+S de Alfragide queixam-se de terem sido agredidos pela PSP esta segunda-feira manhã durante um protesto contra o Estatuto do Aluno. As instalações da escola chegaram a estar fechadas a cadeado e os estudantes dizem que foram alvo de uma carga policial. Ao PortugalDiário, vários relatos dão conta de pelo menos seis estudantes terem ficado feridos. A polícia, em comunicado, nega a existência de agressões.
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Bruna Cruz, uma das alunas que garante ter sido agredida pela polícia, afirmou que apanhou com o cassetete de «raspão», mas ainda coxeia: «Tenho nódoas negras e dói-me o joelho», disse a aluna que recorda o momento de maior confusão, perto das 9h00, quando cerca de 200 alunos impediram a PSP de reabrir os portões da escola. «Nós estávamos a fazer um cordão humano. Eles agrediram um rapaz e eu apanhei também».
«Agarraram-me pelo pescoço
O rapaz, Carlos Sousa, admite que os alunos estavam a impedir o acesso ao portão da escola. «Até tentaram esmagar-nos com um carro patrulha. Depois tiraram-nos à força para uma zona ao lado da escola. Agarraram-me no pescoço, encostaram-me às grades e depois queriam levar-me ali para o beco porque queriam falar comigo», afirmou com um ar irónico. «Depois daquilo... falar é que não queriam de certeza».
Questionado sobre se irá apresentar queixa, Carlos garante que a mãe já foi à esquadra. «Mas disseram-lhe para ir lá outra vez», diz, enquanto um colega avança que a «polícia nega sempre tudo».
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A PSP foi chamada a intervir pela escola, conseguiu rebentar os cadeados cerca das 9h30 e, no meio desta confusão, um agente chegou a ficar sem o rádio e o cassetete, tendo só recuperado o rádio.
«Costas em sangue»
A agência Lusa noticiava ainda que uma das crianças agredidas teria ficado com as cortas em sangue, segundo relato da mãe da aluna. Irene C. disse ainda à Lusa que a filha foi para casa e que aguardava o seu regresso para ir com ela à esquadra apresentar queixa. «Isto é uma vergonha. O que é que a polícia faz de cassetete na mão contra uma criança de 10 anos?».
Uma aluna contou ao PortugalDiário o que viu, depois da intervenção da polícia ter afastado os alunos do portão: «A criança só chorava e tinha uma grande marca nas costas. Nunca vi nada parecido na minha escola».
Os portões foram depois reabertos e alguns alunos - os do 5.º e 6.º ano - entraram, assim como os professores, a maioria de acordo com a reivindicação dos estudantes, mas muitos foram os estudantes que se mantiveram à porta em protesto contra Estatuto do Aluno, que ninguém sabe quem convocou.
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Protesto convocado por sms
«Começamos a receber sms no sábado, mas não sabemos quem o fez», disse ao PortugalDiário a presidente da Associação de Estudantes, Cátia Vieira, que mostrou uma das mensagens que incentivava ao protesto. Não sabem, mas estão solidários e portanto mantiveram-se à porta da escola.
Quem foi abandonando o local foi a polícia, desmobilizando o efectivo que chegou a estar no local. Perto das 12h30, estavam apenas dois agentes no largo frente à escola, e já não eram visíveis carros patrulhas nas proximidades.
Polícia nega agressões
Sobre as alegadas agressões, um comunicado da polícia, chegado às redacções perto das 16h, nega os relatos dos alunos e dá conta que «de forma a garantir o acesso ao portão, barricado pelos alunos, os agentes policiais desviaram-nos, principalmente os que se encontravam mais exaltados, tendo desta forma sido possível chegar ao cadeado».
A PSP garante que «ocorreram algumas agressões, quer verbais, quer físicas aos agentes que ali se encontravam, não tendo estes respondido às mesmas, afastando apenas os alunos». «Mais tarde», refere ainda o comunicado, «compareceram na Esquadra de Alfragide alguns pais de alunos que pretendiam saber apenas o que se tinha passado, não desejando apresentar qualquer denúncia».
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