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Visita de estudo acaba em «sequestro»

Alunos apanharam eléctrico mas não picaram bilhete. Acabaram na esquadra

Uma animada visita de estudo ao Mosteiro dos Jerónimos, com direito a passagem pelos pastéis de Belém, realizada no passado dia 1 de Fevereiro, acabou na esquadra. Os protagonistas do episódio insólito são 20 alunos do 10º ano da Escola Secundária D. Luísa de Gusmão, em Lisboa.

Não picaram o bilhete no eléctrico porque o obliterador estava avariado. O revisor mandou fechar as portas e foram todos para a esquadra da PSP do Calvário, incluindo os restantes passageiros, que não puderam sair nas paragens pretendidas.

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Como a escola não tem transporte próprio, os alunos levavam um módulo para voltarem para casa de transportes. «Vi-os entrar no eléctrico. Passado pouco tempo telefonam-me a dizer que tinham ido todos parar à esquadra. Ainda pensei que estavam a brincar», conta ao PortugalDiário Isabel Cluny, a professora de História que acompanhou os alunos na visita de estudo.

Os estudantes, «que não estão habituados a andar de transportes», entraram no eléctrico e ao verem que o obliterador estava estragado, não procuraram outro. Quando chegou o revisor, os módulos estavam por picar.

Os alunos ainda tentaram explicar mas, à falta de módulos validados e de identificação de alguns dos jovens, o revisor «mandou fechar as portas, que só se abriram à porta da esquadra do Calvário». Até os passageiros que nada tinham a ver com o assunto foram obrigados a fazer o «desvio».

Chegaram à esquadra pelas 18:30 horas e só saíram de lá por volta das 22 horas. A polícia não deixou que a professora se responsabilizasse por todos e os pais daqueles que não levavam identificação tiveram mesmo de ir até à esquadra. Da visita, ficaram várias multas de 66 euros por pagar.

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A professora escreveu, em conjunto com os pais, uma requisição à Carris, pedindo a anulação das multas, explicando «que os alunos não estão habituados a andar de transportes e por isso não se lembraram de procurar outro obliterador» e que «o valor da multa é muito elevado para alguns pais».

A resposta que a Carris deu à docente, por duas vezes, foi a mesma que deu ao PortugalDiário: «Os alunos foram conduzidos à esquadra porque não possuíam títulos de transporte válidos e não tinham identificação», o que, garante a empresa, está de acordo com a lei. E as multas são mesmo para pagar.

No entanto, a professora Isabel Cluny diz ao PortugalDiário que contactou um advogado, que lhe garantiu que «a Carris não tinha o direito de levar os alunos à força para a esquadra. Podia parar o eléctrico e chamar a polícia mas não fazer o que fez. Segundo o advogado, incorreram em crime de sequestro».

A maioria dos alunos pagou as multas no própria dia. A Carris esclarece ainda que «há quatro processos no contencioso para serem remetidos ao Tribunal».

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