Já fez LIKE no TVI Notícias?

Adeus Sandro, até sempre Angélico

Relacionados

Reportagem do funeral do cantor e actor da TVI

Foi com um branco de anjo que Angélico vestiu o dia do seu funeral. O cantor, família e amigos elegeram a cor celestial para o último adeus. Visivelmente transfigurado, Sandro, como amigos e familiares lhe chamavam desde criança, envergou um chapéu também branco na sua última viagem. Um símbolo daquilo em que se tornou: uma estrela pop, um ídolo, um exemplo para muitos.

Na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na Cova da Piedade, Almada, chegaram muitos amigos do cantor que escondiam o rosto das objectivas mediáticas. Por entre famosos surgiam também os amigos desconhecidos igualmente devastados. A família cedo reuniu no recato da dor, dentro da capela. Pelas 11:50 começou a missa que ditava o último adeus. Na voz do padre que ecoava por toda rua, através de um altifalante, foi de Sandro que se falou. O jovem que nunca deixou que fama o transformasse, ouviu-se.

PUB

Cá fora, só as lágrimas quebram o calor de um sol abrasador. Já depois da última bênção dentro da capela, foi da voz dos fãs que se ouviu o último Pai Nosso. Angélico estava já coberto pelo manto de madeira e começava agora a sua viagem pelas ruas que o viram crescer.

Foram mais de três quilómetros debaixo de um sol abrasador e num caminho íngreme até ao vale de descanso. Um sacrifício que não pesou no corpo das muitas centenas que a cada esquina e a cada paragem de autocarro surgiam para se juntar ao cortejo fúnebre. Velhos, novos e muitos pais que de mão dada com as suas crianças partilhavam a dor do adeus a alguém com quem também cresceram.

Pelo caminho, os momentos de emoção contagiavam. Entre músicas do cantor entoadas por jovens adolescentes, vivas a Angélico e palmas, muitos populares, que por ali passavam, rendiam-se às lágrimas do último adeus. Ali, debaixo daquele sol tórrido, passava Angélico pela última vez. O jovem que sonhou e conseguiu e ainda deu de sonhar a tantos outros.

PUB

No Cemitério de Vale Flores, Feijó, estava já uma outra multidão à espera do artista português: cantor, actor e modelo recebeu ovações sem fim. Entre o aparato mediático, escutou-se sempre, lá longe, o som do choro de qualquer adolescente apaixonada.

Família e amigos criaram um cordão, regado em lágrimas, junto ao crematório. Só a família mais próxima do cantor pode prestar a última homenagem a Angélico. À porta, muitos fãs tentavam entrar, mas o aparato levou até que algumas primas do cantor fossem também elas, inicialmente, impedidas de entrar.

A família materna do actor deixou o cemitério pouco antes as 15:00. Ao lado da mãe do cantor, seguia a actriz e ex-namorada de Angélico, Rita Pereira. Igualmente amada pelos fãs, era o seu nome que mais se ouvia à saída. Escondida, perdida, desamparada e à mercê dos fotógrafos esteve sempre Anita, a jovem que, segundo os amigos, era a último amor de Angélico.

Pouco a pouco a fama de Angélico foi deixando o cemitério que voltava ao seu estado natural: silencioso. Junto ao crematório, de onde se sentia agora o calor das chamas, ficavam apenas flores, muitas flores, algumas lágrimas e mensagens de amor.

Esta quinta-feira, Sandro disse adeus aos seus familiares e amigos. Angélico eternizou-se para sempre nos corações daqueles que com ele amaram e sonharam.

PUB

Relacionados

Últimas