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Coadoção usada para justificar «casamento camuflado»

Opinião é do arcebispo de Braga

O arcebispo de Braga classificou este domingo a lei da coadoção como «o mais recente atentado contra a família na sociedade portuguesa», considerando que quem a defende apenas quer angariar mais argumentos para justificar o seu «casamento camuflado», nota a Lusa.

Para Jorge Ortiga, que falava na missa dominical, no Santuário do Sameiro, aquela lei, já aprovada na generalidade, «ofende a dignidade humana das crianças e, por inerência, atenta contra o futuro sociedade portuguesa».

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O prelado acusa o «grupo defensor» daquela lei de querer «aproveitar-se» da fragilidade jurídica das crianças e da «distração» dos políticos, focados na «salvação» económico-social do país, para «satisfazer os seus caprichos e escrúpulos sectários, de modo a angariar mais argumentos 'a posteriori' que justifiquem o seu casamento camuflado».

«Neste período concreto da história do nosso país, em que atravessamos uma das piores crises económicas de sempre, e os níveis de pobreza, emigração e desemprego atingem números recordes, é interessante notar como este grupo específico se serve deste cenário trágico para, tacitamente, conseguir a aprovação de uma lei que atenta contra a dignidade das crianças», criticou.

Na homilia da missa dominical, no Santuário do Sameiro, Jorge Ortiga considerou ainda «muito estranho» que os defensores da lei da coadoção «só agora se lembrem das crianças desprotegidas, abandonadas e órfãs, oferecendo-lhes uma 'bondade humana' tão hipócrita, quando, outrora no passado, pouco ou anda fizeram por elas».

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«E, como se isso não bastasse, ainda há bem pouco este mesmo grupo defendeu a lei do aborto, essa lei que mata por ano 20 mil crianças no nosso país», acrescentou.

Lembrou que «a adoção existe para proteger o superior interesse da criança e não o interesse dos pais que querem adotar».

Sublinhou que a criança «tem direito a ter um pai e uma mãe, o direito a conhecer a identidade do seu pai e da sua mãe biológicos e o direito a ser educado num ambiente familiar sadio, que lhe proporcione uma formação integral da sua personalidade, algo que só a família natural (homem e mulher) lhe pode oferecer».

«Será que os deputados, que se recusam a diminuir o número de membros da Assembleia da República e que ainda há bem pouco tempo ignoraram as 92 mil assinaturas a pedir um referendo sobre a legalidade do casamento defendido por este grupo, irão novamente aprovar uma lei que ofende a dignidade humana das crianças e, por inerência, atenta contra o futuro sociedade portuguesa?», questionou.

Formulou votos para que os deputados, «num assunto tão delicado, superem a ideologia partidária e ouçam verdadeiramente o querer dos portugueses, que os elegeram».

O parlamento aprovou a 17 de maio (com 99 votos a favor, 94 contra e nove abstenções), na generalidade, um projeto de lei do PS para que os homossexuais possam coadotar os filhos adotivos ou biológicos da pessoa com quem estão casados ou com quem vivem em união de facto.

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