O advogado de Armando Vara admitiu, esta quinta-feira, que é tarefa difícil impedir o julgamento do arguido do processo Face Oculta já que a politização e as estatísticas de pronúncia do juiz Carlos Alexandre jogam contra si. Durante mais de duas horas de alegações no debate instrutório, Tiago Rodrigues Bastos falou da politização do processo, algo que «dificulta uma análise desapaixonada do mesmo», e do facto de o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) levar a julgamento quase todos os casos que decide.
«Sinto a minha tarefa particularmente difícil pela politização e mediatização do processo que tornam mais difícil uma análise serena, fria despida de paixão e sei que tenho pela frente um juiz que na maior parte das decisões tem perfilhado a tese da acusação», afirmou aos jornalistas.
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O advogado de Armando Vara, acusado de três crimes de tráfico de influências, disse também que o Ministério Público (MP) atribuiu um papel ao seu cliente que «não tem sustentação na acusação concreta» e que desde o primeiro momento que o antigo administrador do Millenium BCP «é confrontado com questões políticas».
O advogado tentou demonstrar que os factos imputados a Armando Vara não encontram suporte nas provas e por isso a acusação tem uma «visão errada do material probatório que existe». «Só uma interpretação errada da prova indiciária podia justificar que lhe fossem imputados os crimes. Porventura uma investigação mal conduzida, mas essencialmente uma formação de convicção na acusação que não tem fundamento», sustentou.
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