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Estudo: há uma arma por cada quatro portugueses

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A Universidade de Coimbra chega à conclusão de que existem 2,6 milhões de armas de fogo em posse de civis

Pare, olhe e pense. Quais e quantos dos seus vizinhos terão uma arma de fogo em casa. Um em cada quatro portugueses tem uma arma de fogo em casa. São 2,6 milhões de caçadeiras, pistolas e revólveres na posse de civis. Quase metade são ilegais.

Portugal, país de brandos costumes, ultrapassa em muito o padrão estabelecido pela Amnistia Internacional, que aponta para uma arma de fogo por cada dez habitantes. Ora, o estudo vem revelar que são 2,5 armas por cada dez. Nestes números não estão incluídas as armas de fogo das forças de segurança.

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Estes dados fazem parte de um estudo do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra que é apresentado esta quinta-feira. «Violência e armas ligeiras: um retrato português», da autoria das investigadoras Tatiana Moura e Rita Santos, é o primeiro trabalho de base científica realizado em Portugal sobre o assunto.

A estimativa de armas de fogo ilegais existentes no país foi feita com base numa metodologia importada da associação brasileira Viva Rio, que realiza trabalhos do género no Rio de Janeiro. O cálculo é feito com base em diversos factores, tais como as características do mercado legal, as apreensões de armas de fogo pelas autoridades, números sobre extravio e furto e também os resultados das campanhas de entrega voluntária de armas.

Armas de caça são as preferidas

Muitas das armas que são hoje ilegais, já foram legais. Os portugueses preferem armas de caça e, das 445 360 licenças de uso e porte de arma emitidas entre 2004 e 2008 (uma média de 89 mil licenças por ano), 84,5 por cento correspondem a armas de caça.

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Entre 2004 e 2007, foram furtadas ou extraviadas5913 armas, ou seja, uma média de quatro por dia. 70 por cento eram caçadeiras, refere o JN, que teve acesso ao estudo. Por conseguinte, as espingardas foram, também, as armas que a polícia mais apreendeu: 46 por cento.

No âmbito europeu, Portugal representa quatro por cento das importações e três por cento das exportações de armas de fogo e entre os tipos de armas mais procurados em Portugal destacam-se as espingardas, com mais de metade das aquisições (57 por cento), acrescenta a Lusa.

Segundo o estudo, «entre 1988 e 2006, estas transacções somaram mais de 390 mil armas, sendo que os principais exportadores de armas ligeiras com destino a Portugal foram Alemanha, Bélgica, Brasil, Espanha, EUA, Itália e Turquia».

Quase 700 mortos em cinco anos

As histórias por detrás das estatísticas não cabem no estudo científico. São vidas interrompidas, famílias desfeitas, dor e saudade de quem fica. Entre 2003 e 2008, quase 700 pessoas morreram assassinadas com armas de fogo.

O CM adianta os números exactos do estudo. Neste período de cinco anos, 682 pessoas perderam a vida e 2047 receberam tratamento hospitalar.

A violência armada obriga a um gasto de 108 milhões de euros por ano, em média. Conclusão: As armas custam vidas e custa caro ao Estado.

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