O menir do Barrocal, no concelho de Reguengos de Monsaraz, foi levantado esta segunda-feira com recurso a duas máquinas pesadas, depois de dois dias de tentativas infrutíferas para colocá-lo ao alto recorrendo apenas à força humana, noticia a Agência Lusa.
«Finalmente, está ao alto e agora só estamos a estabilizar e a limpar o terreno em volta. A partir da tarde de hoje já está pronto a ser visitado pelos turistas», revelou à agência Lusa o arqueólogo Manuel Calado, que dirigiu os trabalhos para reerguer o monumento.
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O menir, o maior do distrito de Évora e o segundo maior da Península Ibérica, com 5,70 metros de altura e 15 toneladas de peso, foi alvo de uma operação, ao longo de todo o fim-de-semana, que visava levantá-lo por intermédio dos mesmos métodos que terão sido usados na pré-história.
Denominada «megaconserto», a iniciativa contou com centenas de voluntários no sábado, reduzidos a poucas dezenas no dia seguinte, que recorreram à força de braços, usando troncos como alavancas e cordas para puxar, para tentar reerguer o monólito, que se encontrava tombado.
Contudo, certamente como há sete mil anos atrás, o menir do Barrocal deu «luta» e apenas foi erguido a «meia altura», para um ângulo pouco superior aos 45 graus.
No final da jornada de domingo, o arqueólogo Manuel Calado explicou à Lusa que o monumento megalítico nem tinha cedido à força dos jipes que, por falta de pessoas suficientes, foram utilizados para puxar as cordas.
Os promotores da iniciativa recorreram então a máquinas de rasto para uma nova tentativa de levantar do monólito.
Descoberto há alguns anos, no início do enchimento da albufeira de Alqueva, o menir encontrava-se tombado e tinha sido recentemente removido da sua localização original devido a trabalhos agrícolas.
Uma equipa da Faculdade de Letras de Lisboa dedicou-se então, no início deste ano, a estudar o monólito e, terminada a investigação, decidiu repô-lo na localização original, desta feita já ao alto, como é normal nestes monumentos megalíticos.
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