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5 medidas para evitar o consumo de álcool por menores

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Governo quer mudar a lei novamente, já que a anterior falhou em eficácia. Inspetores da ASAE avisam que, além de alargar a proibição, é preciso fazer alterações à fiscalização no terreno

O presidente da ASF-ASAE exemplifica que, com poucos inspetores, agentes da PSP ou militares da GNR no terreno, os jovens conseguem até fugir de uma operação. O sindicato defende que, se as ações se tornarem mais consistentes e não esporádicas, os jovens sentir-se-ão menos motivados em tentar contornar a lei. O sindicato apela, então, a uma maior sensibilização dos pais para esta lei, não contribuindo para o sentimento de impunidade que reina entre os jovens.

O Governo vai avançar brevemente com uma nova lei que deverá proibir o consumo de todas as bebidas alcoólicas aos menores de 18 anos. Atualmente, a cerveja e o vinho podem ser consumidos a partir dos 16 anos.

O problema é que, até agora, a lei tem sido pouco eficaz. No ano passado, a ASAE detetou 369 infrações, só que a grande maioria estava relacionada com os avisos da proibição, que devem constar nos bares e restaurantes. No que ao consumo de álcool por menores diz diretamente respeito, apenas foram registadas 18 infrações, como relata esta terça-feira o «Jornal de Notícias».

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Para a nova lei, o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências recomendou a notificação dos pais em qualquer caso, a responsabilização de quem vende álcool a menores, a proibição de álcool a 100 metros das escolas e a limitação do consumo nas ruas até às 02:00 da manhã. 

No entanto, para além do alargamento das proibições, o presidente da Associação Sindical dos Funcionários da ASAE, Albuquerque do Amaral, contactado pela TVI24, considera que há cinco medidas que podiam melhorar a fiscalização e, assim, evitar que a lei continue a ser contornada.

Mais inspetores

O sindicato lamenta que os atuais cerca de 240 inspetores não cheguem para aumentar a fiscalização nesta área e, por isso, reivindica um reforço deste órgão.  

«Além disso, é muito difícil atuar. Falamos de um ambiente com jovens embriagados, onde meter ordem, com falta de meios, não é fácil. São situações potencialmente explosivas e os inspetores podem sentir falta de segurança».

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Mais ações de fiscalização

Albuquerque do Amaral determina que seria necessária uma massificação das ações para que estas se tornem mais eficazes.  

«Não estamos sequer a fazer uma cobertura do país, além das grandes operações mediáticas. O consumo de álcool por menores é um flagelo social, mas a manta é curta e esta é uma questão política».

Menos pressão dos interesses económicos

A ASF-ASAE admite que os inspetores sofrem alguma pressão para serem comedidos nestas operações de fiscalização. É que os agentes económicos não estão, naturalmente, interessados em diminuir as suas vendas.  

«A legislação é feita ao sabor dos grandes interesses e não da proteção dos cidadãos. Menos eficácia na fiscalização beneficia os grandes grupos de comercialização de bebidas».

Estabilidade legislativa

O sindicato dos inspetores apela a que a lei não esteja constantemente a mudar, aumentado a confusão de quem a fiscaliza e de quem a tenta cumprir.  

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«Falta legislação efetiva e que seja bem interpretada por todos os agentes. E não pode estar a alterar-se passados apenas dois anos. Efetivamente, o flagelo continua e, mesmo que se mude para melhor, os conflitos no terreno vão voltar à escala zero».

Maior sensibilização dos pais

Durante uma operação de fiscalização, os inspetores pedem normalmente a identificação dos jovens para confirmar se estão a violar a lei. Uma das estratégias dos menores é não ter consigo o Bilhete de Identidade, pelo que devem então ser levados para uma esquadra da PSP ou um posto da GNR. Nesta altura, as forças de segurança já podem solicitar a presença dos pais.  

«Os próprios pais não colaboram, muitos nem aparecem quando são notificados. Os pais não gostam ser acordados a meio da noite e olham com maus olhos para os inspetores, o que descredibiliza um pouco o trabalho e desmotiva estes».

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