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Camarate: Farinha Simões disse não ter «nada a declarar»

Motivo invocado no inquérito parlamentar foi a audição ser à porta fechada

Os deputados da X comissão de inquérito à tragédia de Camarate tentaram ouvir nesta terça-feira Farinha Simões, mas este recusou-se a responder por a audição decorrer à porta fechada.

De acordo com o que disseram à agência Lusa fontes parlamentares, Fernando Farinha Simões respondeu não ter «nada a declarar» à maioria das perguntas dos deputados da comissão e alegou que só falaria na presença da comunicação social e quando pudesse entrar na Assembleia da República «pela porta da frente» e sem algemas.

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Fernando Farinha Simões, atualmente a cumprir pena no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, chegou ao Parlamento de carro celular e de algemas, que lhe foram retiradas à entrada para a audição, hoje de manhã.

Farinha Simões terá afirmado, num depoimento publicado em 2012 na Internet e que lhe é atribuído, ter sido um quadro da CIA até 1989 e ter participado em atividades criminosas relacionadas com a queda do avião a 4 de dezembro de 1980, que vitimou o então primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, e Adelino Amaro da Costa, ministro da Defesa.

Segundo as mesmas fontes, Farinha Simões, que já tinha feito chegar à X Comissão, um protesto por ainda não ter sido chamado a depor, não negou a autoria do depoimento que circula na Internet mas recusou prestar quaisquer outras informações.

A audição a Farinha Simões decorreu à porta fechada por iniciativa do CDS-PP, que viu aprovado um requerimento nesse sentido com os votos do PSD e PS. O deputado do PCP Jorge Machado votou contra por discordar da fundamentação jurídica do requerimento e não dos objetivos.

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No requerimento, o CDS-PP defendeu que «a fidedignidade do depoimento das testemunhas Farinha Simões, José Esteves, Carlos Miranda, Vítor Pereira e Elza Simões, só pode ser garantida com a exclusão de publicidade, seja durante a prestação do mesmo, seja durante a fase dos pedidos de esclarecimento pelos deputados».

A «fidedignidade dos testemunhos» seria garantida, segundo o CDS-PP, «longe das câmaras de televisão e da observação jornalística imediata e do protagonismo mediático que sempre são de molde a aumentar os fatores de distração e de desvio da objetividade necessária».

A próxima audição, a Carlos Miranda, será na próxima quinta-feira, dia 9, e também à porta fechada.

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