As tentativas de suicídio e as auto-mutilações entre os adolescentes têm vindo a aumentar em Portugal e na Europa em geral, enquanto o número de suicídios tem estabilizado, segundo dados do Núcleo de Estudos do Suicídio, noticia a Lusa.
A presidente do Núcleo de Estudos do Suicídio (NES) do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria, Manuela Correia, disse hoje à Agência Lusa que «desde meados da década de 90 que a taxa média de suicídios ocorridos em Portugal e na Europa está estabilizada, tendo sofrido mesmo uma ligeira descida».
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O NES organiza quinta e sexta-feira em Lisboa o XIV Encontro da Adolescência, onde vários psiquiatras vão debater os aspectos clínicos e sociais dos comportamentos suicidários dos jovens que se dividem em três valências: tentativas de suicídio, comportamentos para-suicidários e auto-mutilações. «Tem-se verificado que o aumento destes comportamentos nos jovens é uma tendência generalizada na Europa», disse.
Em relação ao perfil dos adolescentes que têm estes comportamentos suicidários, a médica explicou que a maioria são raparigas, com idade média de 16 anos, estudantes que vivem com os pais e que têm uma baixa auto-estima. Os métodos mais frequentes são tentativas de intoxicação medicamentosa.
No sexo masculino estes comportamentos também têm vindo a aumentar desde 1995, mas a predominância continua a ser das raparigas. Por vezes, estes comportamentos têm associadas depressões e ansiedade.
«O consumo de cannabis e o álcool, que actualmente são comportamentos normativos entre os jovens, podem potenciar este tipo de atitudes. A utilização de produtos químicos aumenta as probabilidades».
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