Provas materiais recolhidas pela GNR no local do acidente na A23, que causou 15 mortos e 23 feridos, e ainda os testemunhos já recolhidos dos sobreviventes indicam que houve uma colisão e que esta será a causa primária da queda do autocarro e do automóvel numa ribanceira.
Para já, a Brigada de Trânsito não quer avançar com causas definitivas, e prefere utilizar a palavra «eventualmente» para se referir à colisão. Os sobreviventes, no entanto, não deixam margem para dúvidas. À SIC, uma das vítimas, que sofreu vários ferimentos, contou que «o carro bateu na parte traseira do autocarro e ainda disse «estes vão todos malucos», mas depois estava tudo aos gritos e já estávamos a cair. E depois o carro também».
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Uma das professora que seguia no automóvel contou à Sic não se lembrar de como aconteceu o acidente. Só se recorda que saiu pelo seu próprio pé e ouviu pedidos de socorro vindos do autocarro.
Refira-se ainda que este acidente, segundo fonte da Brigada de Trânsito da GNR, foi o primeiro verificado naquele local.
Condutora do automóvel em choque
A condutora do automóvel envolvido no acidente encontra-se em casa do pais, em Belmonte, depois de ter tido alta do Hospital da Covilhã, mas ainda está visivelmente transtornada.
Carina Rodrigues, de 31 anos, regressava a casa na noite de segunda-feira com três acompanhantes, todas professoras, e sofreram apenas ferimentos ligeiros no choque com o autocarro. Professora numa escola de Mação, assim, como as colegas, a condutora é casada e tem um filho de nove meses.
«A minha filha está muito chocada, nem está em condições de falar», disse à agência Lusa a mãe, Maria do Céu Rodrigues. «Não teve ferimentos, mas estamos preocupados com o estado psicológico», acrescenta o marido, José Lourenço.
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Tanto a mãe como o marido dizem que já tentaram dialogar com Carina Rodrigues, «mas ela não consegue descrever o que se passou. Não tem noção da situação».
Segundo José Lourenço, a mulher regressava de uma reunião na escola, complementar à actividade lectiva. «Já sabia que vinha tarde. Hoje ia ter outra reunião», descreve. Foi o marido que segunda-feira a transportou noutra viatura particular do casal desde o local do acidente até ao Hospital de Castelo Branco.
«Tinha marcas no pulso e no pescoço, não sofreu ferimentos graves. Mas não foi possível conversar e perceber como as coisas se passaram», acrescenta. Acabaria por ser transferida durante a noite para o Hospital da Covilhã, onde teve alta pelas 8:00.
Na casa dos pais, esta manhã, uma amiga ajudava a mãe nos cuidados com Carina e a preparar o almoço para o neto, enquanto a descrevia como «uma pessoa calma e alegre».
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