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Oposição junta-se «no mesmo palco» solidária com professores

Deputados estiveram em vigília em frente ao Ministério da Educação e pediram fim do modelo de avaliação dos docentes

Deputados de todos os partidos da oposição estiveram esta tarde em frente ao Ministério da Educação, em Lisboa. Todos os parlamentares disseram estar solidários com a luta dos professores, contra o actual modelo de avaliação a que estão sujeitos, e desafiaram o Governo a ceder no braço de ferro que opõe o Governo aos docentes.

Um dia depois da greve nacional, os docentes voltaram à rua. Na avenida 5 de Outubro ocupam a faixa central, que costuma estar preenchida com automóveis. Se da última vez que estiveram lá o acto de censura às políticas da educação durou apenas algumas horas, desta vez vão ficar «estacionados» durante 36.

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Novo protesto, as mesmas reivindicações: o fim do actual modelo de avaliação de desempenho de professores e a revisão do Estatuto de Carreira Docente, com todas as cores partidárias portuguesas a fazerem-se representar esta tarde em frente ao ministério, com excepção do PS.

E enquanto no Parlamento, a ministra da tutela, Maria de Lurdes Rodrigues, dizia que o modelo de avaliação não cai, pelo menos este ano, em frente ao seu gabinete ministerial, a oposição dizia que tinha de cair, tal como ela, se não se mostrasse flexível neste processo.

«Todos da oposição juntos no mesmo palco»

«Para não perder a face, o senhor primeiro-ministro mantém artificialmente esta equipa ministerial em funções», disse o deputado do PSD Emídio Guerreiro. «Não há agora coragem política para parar isto, para rapidamente não se perder mais tempo e criar um modelo de avaliação de professores similar ao dos nossos parceiros europeus».

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«Estamos convosco», disse António Filipe, do PCP, às dezenas de professores reunidos em frente ao ministério, classificando como «absurdo» o actual sistema de avaliação. «Neste momento, está desmontada toda a campanha do ministério de procurar convencer a opinião pública que as coisas estão a correr bem, que as coisas estão a funcionar e que este mecanismo de avaliação está a ser posto em prática», afirmou. «Está demonstrado que assim não é».

Alda Macedo, do Bloco de Esquerda, disse que o Executivo tem um «anti-projecto para a educação». «A ministra não é capaz de ter uma única palavra para falar da maior greve de sempre que os professores fizeram neste país e que aconteceu ontem», apontou a deputada, que deixara pouco antes destas declarações a Assembleia da Republica, onde participara no debate com Maria de Lurdes Rodrigues.

Da parte de Os Verdes, Heloísa Apolónia defendeu que os professores têm o direito de serem «agentes activos» nas políticas de educação. «Consideramos lamentável a postura do Governo relativamente a esta situação, de não querer dar o braço a torcer numa matéria em que está mais que provado que está sozinho», frisou.

Duro nas críticas foi também o deputado do CD-PP José Paulo Carvalho, que considerou que a ministra da Educação já não tem condições para continuar o cargo. «Está num beco sem saída, tem recuado, recuado, recuado, e a única coisa que lhe resta é, das duas uma, ou se submete ou se demite», referiu, terminando a sua intervenção com uma ponta de ironia: «A senhora ministra conseguiu uma coisa fantástica que foi pôr-nos todos da oposição juntos no mesmo palco a falar para um grupo diversificado de professores».

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