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João Paulo II morreu há cinco anos

Sociólogo Moisés Espírito Santo considera que a transição para Bento XVI não trouxe uma crise de fé e que o novo papa conquistou o coração dos peregrinos

Ninguém é insubstituível. Nem o Papa. João Paulo II morreu há cinco anos e Bento XVI já conquistou o seu lugar perante a Igreja e o povo. Como diz o ditado, «Rei morto, Rei posto», observa o sociólogo das religiões Moisés Espírito Santos em conversa com a Lusa, para quem o Papa não é excepção a esta regra popular.

E explica: «O Papa (João Paulo II) era muito estimado. O povo estava muito ligado à sua simplicidade, era muito próximo do estilo popular», mas acha os fiéis estão a «aderir já bastante» a Bento XVI, apesar de representar um estilo mais rigoroso e aristocrático. Rigor é mesmo a palavra que melhor caracteriza Bento XVI. «Tem outro estilo, é mais rigoroso do ponto de vista da Teologia, da doutrina, é talvez um pouco mais incisivo na aplicação da doutrina».

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Bento XVI «é menos conciliador do que os anteriores», afirma. «Os outros eram mais tolerantes, mais conciliadores e este é um pouco rigoroso. Às vezes até dizem fundamentalista». Ainda assim, Moisés Espírito Santo considera que Bento XVI tem qualidades que o povo também admira neste tipo de líder religioso, como «um certo ar senhorial, aristocrático», que lhe confere igualmente um lugar de maior destaque entre as classes superiores, mais letradas e eruditas.

E, conclui que, apesar da forte ligação das massas ao Papa Peregrino, a transição e a mudança de estilos não provocou qualquer tipo de crise de fé.

Para o sociólogo, estas alterações não provocam grandes crises, mas questões de simpatia. «Talvez uma certa parte do povo admire mais um Papa mais popular, simples, caminhante como o outro, do que este que é um pouco mais aristocrata, de outro estilo». Mas, cada um à sua maneira, «isso não provoca crise de crise de fé».

Se entre o povo tudo parecem rosas, os espinhos estão do outro lado. O sociólogo considera que o que um Papa rigorista nos dias de hoje pode provocar é «alguma celeuma» nos meios mais letrados. «É aí que pode haver conflito, não ao nível das massas populares, mas mais de alguns teólogos que vêem o rigorismo como fora de tempo».

Ao fim de cinco anos, Moisés Espírito Santo dá nota positiva a Bento XVI. Entende que a nível institucional está a ser um bom sucessor de João Paulo II. Se ao início se temeu que Bento XVI fosse um Papa fundamentalista, mais autoritário, passado este tempo o investigador olha e vê um Papa que age «de uma maneira que condiz com o espírito dos tempo».

Bento XVI, de nome Joseph Ratzinger, foi eleito a 19 de Abril de 2005, após a morte de João Paulo II, a 2 de Abril de 2005.

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