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O antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, ficou obrigado "a permanência na habitação, de onde só pode sair com autorização do juiz". As medidas de coação foram conhecidas cerca de duas horas depois do interrogatório, conduzido por Carlos Alexandre, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, ter terminado.
O antigo presidente do BES está também proibido de contactar os restantes arguidos das investigações relacionadas com o "Universo Espírito Santo".
À saída do tribunal, um dos advogados de Ricardo Salgado, Francisco Proença de Carvalho, afirmou aos jornalistas que vão recorrer da medida de coação, por considerarem a mesma “desproporcionada”.
Na sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República revelou que Ricardo Salgado foi constituído arguido no âmbito das investigações que dizem respeito ao Universo Espírito Santo no passado dia 20 de julho.
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foram constituídos seis arguidos no âmbito destas investigações“No dia 20 de julho, Ricardo Espírito Santo Silva Salgado foi interrogado e constituído arguido pelo Ministério Público, no âmbito das investigações relacionadas com o denominado ‘Universo Espírito Santo’, que correm termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP)", indica o comunicado da Procuradoria-Geral da República.
Em comunicado, a PGR esclarece ainda que, dada a matéria que está em causa, o Ministério Público “trabalha também em estreita colaboração com as entidades reguladoras, como o Banco de Portugal e a CMVM”. Os inquéritos relacionados com o denominado “Universo Espírito Santo” encontram-se em segredo de justiça.
Já este sábado, a PGR enviou novo comunicado aos órgãos de comunicação social, com esclarecimentos adicionais como, por exemplo, os motivos que fundamentaram a prisão domiciliária:
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Só pode sair de casa com autorização do juizFrancisco Proença de Carvalho"As medidas de coação foram aplicadas com fundamento na existência de perigo de fuga e de perigo de perturbação do inquérito e da aquisição e conservação da prova".
Com todo o respeito pelo Estado de Direito e pelas regras, vamos apresentar recurso”.
O causídico adiantou que o ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) se deslocou ao TCIC “voluntariamente, de forma bastante informal, como deve ser” e que “mais uma vez prestou declarações e deu os esclarecimentos que entende[u] que deve dar, sempre com uma postura cooperante, voluntária e de estar presente perante a justiça, como esteve neste ano”. Recordou a propósito que “já passou mais de um ano desde a saída do BES”, garantindo que “é essa sempre a postura”, de colaborar com a justiça.
Depois de repetir que “a postura [se] vai manter de colaboração [e] busca da verdade do que aconteceu no BES”, Francisco Proença de Carvalho garantiu que “não aceita[mos] julgamentos sumários de ninguém”.
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