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Falso padre condenado a dois anos e meio de prisão

Durante quatro anos celebrou missas, casamentos, baptizados e funerais em todo o país, inclusive na Sé de Braga

O Tribunal de Santo Tirso condenou hoje a dois anos e meio de prisão, com pena suspensa, o «falso padre» que durante quatro anos celebrou missas, casamentos, baptizados e funerais em todo o país, inclusive na Sé de Braga.

O arguido, Agostinho Caridade, de 38 anos, residente em Aguiar, Barcelos, mas que não compareceu ao julgamento, foi condenado pelo crime de usurpação de funções e de burla qualificada.

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Para a suspensão da pena, o arguido fica obrigado a indemnizar, no prazo de dois anos, 4.727 euros a três pessoas que burlou, bem como a pedir desculpa, no prazo de 15 dias, à Arquidiocese de Braga, às paróquias onde exerceu ilegalmente e aos respectivos paroquianos.

O juiz lembrou que o arguido já tem no seu currículo uma condenação por burla informática, em pena de multa, que não chegou para que mudasse o seu comportamento, pelo que desta vez a pena «terá de ser em prisão».

A título de danos não patrimoniais, terá de pagar 3.000 euros por ter «lesado a fé» dos queixosos.

O tribunal deu como provado que, em 2004, o arguido conseguiu "penetrar" na Igreja, quando contactou o pároco de Santiago de Bougado, na Trofa, então já num estado de saúde muito debilitado, e se ofereceu para o ajudar.

Apresentou-se como João Luís e como sendo um padre missionário, pertencente à Ordem dos Camilianos.

O pároco de Bougado foi passando a palavra a outros sacerdotes e a fama «de bom padre» do burlão foi-se espalhando, pelo que começou a ser contactado para vários serviços, sobretudo nas dioceses de Braga, Porto e Algarve.

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Como ia «recomendado» por um colega de ofício, nunca ninguém se lembrou de lhe pedir a identificação. Chegou mesmo a celebrar um casamento na Sé de Braga.

Entretanto, o pároco de Alvarelhos começou a desconfiar, por causa de alguns comportamentos, palavras e contradições do arguido, e encetou uma investigação, tendo concluído que ele não era nem nunca foi padre.

O arguido foi detido em Junho de 2007, quando se preparava para presidir a um baptizado em Areias, Santo Tirso, e responsáveis da diocese de Braga e a PSP irromperam pela igreja dentro, desmascarando-o.

Usando a sua alegada condição de padre, o arguido praticou várias burlas, pedindo dinheiro para falsas missões em África, para festas e, até, para se livrar da prisão, dizendo que tinha atropelado mortalmente uma pessoa e precisava urgentemente de uma elevada quantia para não ser preso.

Segundo o pároco de Alvarelhos, o arguido, com o seu «conto do vigário», terá conseguido «muitos milhares de contos».

O juiz destacou o «especial talento para o engano» demonstrado pelo arguido e a «sofisticação» com que actuou na concretização das suas burlas e na usurpação de funções.

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