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Lisboa atribuiu 33 licenças para novos hotéis em dois anos

"É uma cidade para ricos. Ao mesmo tempo que se instalam os famosos de Hollywood, saem os trabalhadores e as suas famílias", lamenta o PCP

Nos últimos dois anos, a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu 33 licenças para novas unidades hoteleiras, o que se traduz em 150 mil metros quadrados destinados ao setor.

O número foi avançado pelo vereador do urbanismo, Manuel Salgado, que respondia ao PCP durante uma sessão de perguntas à Câmara na Assembleia Municipal de Lisboa.

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Para o PCP, a Câmara de Lisboa "deveria suspender os processos de licenciamento de atividades de novas unidades hoteleiras e proceder a uma avaliação do impacto das existentes na qualidade de vida dos cidadãos e de quem visita a cidade".

Ao invés, o executivo de maioria socialista,"com 3,3 milhões de euros da taxa turística, investe em medidas que não só não resolvem, como agravam bastante o problema da carência de habitação acessível", lamentou a deputada municipal Lúcia Gomes.

"Agora pergunto, quantos empregos e quanta riqueza se criou por termos o turismo que temos?", questionou a deputada, ao que Manuel Salgado respondeu que o congelamento das licenças hoteleiras “não resolve o problema da habitação”.

Numa intervenção debruçada sobre a habitação e o turismo, a deputada municipal Lúcia Gomes afirmou que o município deve "reforçar programas destinados ao arrendamento habitacional a custos controlados".

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Lisboa é uma cidade para ricos. Ao mesmo tempo que se instalam os famosos de Hollywood, saem os trabalhadores e as suas famílias", disse, considerando que a Câmara "opta por nada fazer, escusando-se eternamente na alegada incompetência ou falta de atribuições".

A deputada comunista observou também que "para os turistas endinheirados, a política é do 'bling bling', com eventos de entretenimento massivos e a descaracterização da cidade, [mas] para os trabalhadores nem casa, nem transportes, nem emprego" e critica o executivo atual por permitir que o problema se mantenha.

Na sessão plenária da Assembleia Municipal de Lisboa, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, informou também que "todos os solos contaminados" encontrados na obra que decorre no Campo das Cebolas "foram enviados para o Cirver [centro integrado de recuperação, valorização e eliminação de resíduos perigosos] da Azambuja".

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Posso assegurar que não há qualquer risco de existência de solos contaminados nesta zona da cidade", acrescentou o autarca, em resposta ao PSD.

Quanto ao parque de estacionamento da EMEL que irá nascer naquele local, Salgado apontou que a obra deverá estar "concluída no segundo semestre deste ano".

Na sessão, os deputados fizeram ainda um minuto de silêncio em memória das vítimas do atentado de segunda-feira na Arena de Manchester, no norte da Inglaterra, no final de um concerto da cantora Ariana Grande, que provocou a morte de pelo menos 22 pessoas, além do atacante, e ferimentos em 59, segundo o balanço mais recente da polícia.

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