Mais de 17 milhões de euros são gastos por ano só no internamento de doentes com fibrilhação auricular, a arritmia cardíaca crónica mais frequente na população, doença que pode ser medicada e controlada.
A conclusão é de um estudo do economista de saúde Miguel Gouveia que vai ser apresentado na sexta-feira no primeiro dia do Congresso Português de Cardiologia, que até domingo reúne cerca de dois mil especialistas em Lisboa, noticia a Lusa.
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«Tentámos medir o consumo de recursos do sistema de saúde gerados pela fibrilhação auricular. Os custos de internamento em 2008 foram de 17,3 milhões de euros para 6500 casos de internamento», adiantou o economista.
A falta de dados sistematizados não permitiu concluir o montante dos outros custos associados à doença, como consultas, medicamentos, meios complementares de diagnóstico, mas Miguel Gouveia acredita que os custos globais em ambulatório poderão ser ainda superiores aos do internamento.
Embora não seja médico, o economista de saúde defende que um diagnóstico correcto e atempado conjugado com medicação adequada pode evitar uma fatia dos internamentos que significam 17 milhões de euros por ano para o Estado.
A fibrilhação auricular afecta cinco em cada mil portugueses, sendo que a doença manifesta-se por palpitações, pulsações rápidas e irregulares e cansaço com pequenos esforços, havendo um terço dos casos que são quase assintomáticos.
Vários estudos apontam a patologia como factor acrescido para a mortalidade e para episódios de acidentes vasculares cerebrais.
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