A Cáritas Diocesana do Funchal apoiou este ano cerca de 800 famílias, mais 30 por cento que em igual período do ano passado, disse esta segunda-feira o seu presidente, admitindo que os pedidos de ajuda vão aumentar em 2012.
«Estamos a falar nos apoios em todas as valências disponibilizadas pela Cáritas do Funchal, desde a alimentação à roupa, desde a mobília a outros equipamentos para a casa», explicou José Manuel Barbeito à agência Lusa.
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O responsável da Cáritas, instituição que este fim-de-semana realizou mais uma recolha de alimentos em supermercados do arquipélago, reconheceu que «há mais pessoas a passar por dificuldades», sobretudo da «classe média» e que ficaram no desemprego.
«Acredito que no primeiro trimestre de 2012 vão aumentar os pedidos de ajuda à Cáritas», acrescentou José Manuel Barbeito, referindo a conjuntura europeia que se está a «agravar», mas, em contraponto, «a solidariedade vai continuar a manifestar-se».
O presidente da Cáritas do Funchal elogiou o espírito solidário da população que participou na campanha de doação de alimentos. «As pessoas estão a ter consciência de que é preciso dar as mãos para sair da crise», disse.
Num primeiro balanço da recolha, que engloba apenas a cidade do Funchal e zona circundante, a Cáritas Diocesana contabilizou 35 toneladas de alimentos, mais duas que o ano passado.
«Conseguimos ultrapassar a barreira de 2010 no Funchal, mas ainda nos falta o resto da ilha e Porto Santo», congratulou-se José Manuel Barbeito, acreditando que, feita a contabilidade global, o que sucederá até quarta-feira, os alimentos doados atinjam as 40 toneladas.
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Para o presidente da Cáritas Diocesana, o balanço «só pode ser positivo».
«As pessoas já associam esta campanha à Cáritas e o facto de darem significa que reconhecem o trabalho da instituição», declarou o responsável, convicto de que «a mensagem de que tem de haver solidariedade passou».
Segundo José Manuel Barbeito, houve, inclusivamente, turistas que se associaram à recolha.
«Conhecem o símbolo da Cáritas, que é internacional, e também deram alimentos», afirmou, agradecendo o trabalho de centenas de voluntários que colaboraram, incluindo alunos, escuteiros e militares do Exército.
José Manuel Barbeiro pede agora à população que «continue a contribuir, sobretudo com alimentos não perecíveis e para bebés», apontando estas como «as áreas mais importantes» neste momento.
Considerando que o «grande apelo a fazer à população é que não esperem só pelas campanhas de recolha de alimentos», o responsável da Cáritas do Funchal exemplificou e disse que «os trabalhadores de uma empresa podem juntar-se e cada um dar uma lata de atum ou de salsichas. No final, é uma quantidade muito grande e não pesa no orçamento pessoal de cada um, mas ajudará muita gente».
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