Os exames médicos realizados no Instituto de Medicina Legal (IML) de Lisboa aos arguidos Paulo Pedroso e Carlos Cruz confirmaram os testemunhos das alegadas vítimas de abusos sexuais da da Casa Pia.
Numa situação mais delicada estará o ex-deputado socialista que, apurou o PortugalDiário junto de fonte próxima do processo, ter-se-á submetido a uma remoção de uma sinal do corpo, uma situação que terá sido detectada pelos técnicos do IML.
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No caso de Paulo Pedroso, os técnicos do IML terão detectado indícios de uma remoção de um sinal, que já tinha sido identificado pelas testemunhas. Os resultados dos exames médicos poderão ser um forte trunfo do Ministério Público (MP) no que diz respeito à credibilidade das testemunhas.
De acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário, a perícia médico-legal efectuada a Carlos Cruz confirmou as descrições feitas pelas testemunhas. Além da fisionomia dos órgãos sexuais, foi também identificado um sinal que fora apontado pelas alegadas vítimas.
Aliás, em declarações ao PortugalDiário [ver texto Exames reveladores], o professor Pinto da Costa garantia ser possível neste tipo de exames mostrar algo que tivesse sido extraído. «Há técnicas especiais como, por exemplo, através de raios ultra-violetas, que conseguem detectar mini-cicatrizes mesmo que esta esteja aparentemente atenuada, quase invisível».
Os exames médicos foram realizados nos dias 26 e 28 no IML após uma iniciativa do MP. As perícias médico-legais visavam a identificação de sinais particulares dos arguidos que foram apontados pelas vítimas.
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Entretanto, esta terça-feira, o advogado de Carlos Cruz garantiu não haver «coincidência entre o relatório do INML e os depoimentos dessas testemunhas em matéria de sinais particulares de Carlos Cruz».
O advogado aproveitou ainda para «repudiar» fugas de informação sobre aspectos particulares do processo de pedofilia com alunos da Casa Pia de Lisboa que, a seu ver, «não beneficiam a Justiça».
O advogado de Paulo Pedroso negou também esta terça-feira que o deputado socialista tenha efectuado qualquer operação plástica ou tratamento dermatológico para remover um sinal do corpo, classificando as notícias sobre a matéria como uma «mentira sórdida».
«Posso desmentir claramente que tenha havido qualquer cirurgia», garantiu o advogado Celso Cruzeiro aos jornalistas, à saída do Tribunal de Instrução Criminal (TIC), em Lisboa.
Classificando a notícia, onde era referido que Paulo Pedroso tinha removido um sinal do corpo, como «uma mentira sórdida» e uma «calúnia», Celso Cruzeiro escusou-se, contudo, a dizer se existe ou não coincidência entre os testemunhos do processo de pedofilia da Casa Pia e o resultado do exame físico efectuado ao deputado socialista no Instituto de Medicina Legal.
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«Tenho já alguma comparação entre os testemunhos do processo e o resultado dos exames», disse Celso Cruzeiro, que reconheceu ainda não ter lido todos os testemunhos existentes.
«Vou no volume 24 ou 25», disse o advogado, relembrando que existem cerca de 60 volumes e que só depois de ler todos os testemunhos poderá confirmar ou não a coincidência entre os testemunhos e o resultado do exame médico.
«Penso que não (há coincidência). Mas não posso garantir isso com rigor. Só no fim, isto para ser rigoroso», sublinhou. Celso Cruzeiro adiantou que foi fornecida à defesa uma certidão integral do exame médico ainda antes de ter sido deduzida a acusação contra Paulo Pedroso.
«Sei muito bem o que tem o exame médico e, com essa base, posso dizer com segurança que é uma mentira», afirmou Celso Cruzeiro, referindo-se à alegada remoção de um sinal do corpo de Paulo Pedroso.
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