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Ritto, o suspeito de sempre

Ex-embaixador foi dos primeiros a ser falado, mas só ao fim de meses de investigação foi detido

O ex-embaixador Jorge Ritto foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) numa das suas residências em Cascais, no âmbito da investigação do processo «Casa Pia». E ficou em prisão preventiva.

As suspeitas em redor do diplomata tiveram início em 1982, quando dois jovens da Casa Pia foram encontrados no seu apartamento, em Cascais. Desde então, há vários relatos de adolescentes que afirmam ter tido relações com Jorge Ritto.

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Um ex-aluno da Casa Pia contou ao PortugalDiário como conheceu Jorge Ritto. Através de «Bibi»: «Lembro-me de ir a casa dele e a uma moradia fora de Lisboa», afirmou o jovem. Mais tarde soube-se que era a vivenda de Elvas, cuja proprietária também está indiciada no processo Casa Pia por lenocínio.

Na casa de Elvas «esteve» com Carlos Cruz, Ferreira Diniz, Hugo Marçal, o pediatra e Jorge Ritto. «E também estive na casa de Cascais do embaixador com o Carlos Cruz. Mas no apartamento de Cascais só estive com Cruz e com ele», explica.

«O apresentador ia com o motorista buscar-me perto da Casa Pia. Depois íamos até a um parque de estacionamento na praia de Carcavelos, onde o Ritto estava à nossa espera. O Carlos Cruz saía do carro, ia ter com ele e trazia a chave do apartamento», relembra.

«Os miúdos que iam a Elvas tinham os telefones dos homens que lá iam. A Elvas era o "Bibi" que me levava de carrinha. Mas em Lisboa, às vezes, ligava de uma cabine para o Cruz e combinávamos os encontros», termina.

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Outro jovem também confessou ao PortugalDiário ter estado na casa do embaixador em Cascais e na moradia de Elvas. Os nomes apontados são os mesmos: Carlos Cruz, Ferreira Diniz, Marçal e Ritto.

Para confirmar a presença dos jovens nas casas referidas, os investigadores terão pedido às testemunhas que desenhassem o seu interior. Os esboços obtidos terão batido certo [ler «Casa Pia: a verdade na ponta do lápis»].

Ninguém conhece ninguém?

Jorge Ritto declarou várias vezes não conhecer Carlos Cruz ou «Bibi». Por seu lado, «Bibi» declarou não conhecer pessoalmente o apresentador.

Todavia, o facto das testemunhas que falaram aos órgãos de comunicação social serem hoje maiores de idade, e os acontecimentos relatados terem acontecido há vários anos, não permitiram que as autoridades agissem mais cedo.

Desde a detenção de Carlos Silvino que Jorge Ritto era um dos nomes mais referenciados por ex-alunos da instituição. O facto de estar em liberdade enquanto outros, considerados «menos suspeitos», estavam detidos era alvo de variadas críticas. O rumo da investigação poderá agora ter encontrado novos dados que ligam o embaixador ao processo de alegada pedofilia. Daí, a sua prisão preventiva por suspeita de abuso sexual de menores.

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