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Polémica no Fim do Mundo

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Habitantes do bairro de Cascais temem ficar sem tecto com as demolições de barracas previstas para a manhã de terça-feira. Câmara desmente

A Câmara de Cascais garantiu esta segunda-feira que nenhuma família do Bairro do Fim do Mundo ficará desalojada devido à demolição de 13 barracas marcada para a manhã de terça-feira, informação que é contrariada pela associação Solidariedade Imigrante.

Em comunicado, a autarquia afirma que o realojamento das famílias afectadas pelas demolições «foi devidamente acautelado» e que as pessoas «vão ser realojadas em vários empreendimentos de habitação social do concelho».

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Até Maio de 2009 serão demolidas mais quarenta barracas, onde estão recenseadas 49 famílias, refere ainda o comunicado da autarquia.

No entanto, Rita Silva, da Associação Solidariedade Imigrante disse à Agência Lusa que as 26 pessoas «não têm qualquer informação» relativamente ao seu realojamento.

«Infelizmente, não é verdade», frisou, acrescentando que a associação e os moradores do Bairro do Fim do Mundo vão tentar «impedir as demolições» na terça-feira de manhã.

Durante a noite, a associação irá manter uma vigília no bairro para «preparar a organização para enfrentar as demolições». O bairro está «sem luz e sem água», cortada na iminência das demolições, uma prática habitual, segundo Rita Silva.

De acordo com um comunicado da Associação de Moradores do Fim do Mundo e do Grupo Direito à Habitação, no passado dia 8 a autarquia garantiu que as próximas demolições só aconteceriam a partir de 15 de Fevereiro e que seriam demolidas casas de pessoas já realojadas ao abrigo do Programa Especial de Realojamento (PER).

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Sem luz nem água

«Na última sexta-feira, os moradores do bairro foram surpreendidos com uma equipa de técnicos e um aparato policial, que ao bairro foram colar editais de demolições previstas para amanhã (22/01) em 12 casas, além de lhes cortarem a luz e água, sem o menor aviso prévio», acrescenta a Associação.

«Os moradores do Fim do Mundo não aceitam mais essa falta de respeito e estão dispostos a resistir à demolição de amanhã», marcada para as 8h30, frisou a Associação em comunicado.

Cinco mil famílias por realojar

O PER do concelho de Cascais, lançado em 1993, tem cinco mil famílias inscritas para realojar. No Fim do Mundo, que está a ser demolido desde 2002, estão recenseados 278 agregados familiares.

Há ainda um protocolo negociado entre a Câmara de Cascais e uma Instituição Particular de Solidariedade Social que prevê a construção de casas para 55 famílias.

Segundo a Associação Solidariedade Imigrante, há no bairro do Fim do Mundo 110 famílias fora dos programas de realojamento.

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Acabar com o bairro do Fim do Mundo, no Estoril, foi uma promessa feita por muitos autarcas, mas cuja solução tem demorado a acontecer.

Desde os anos 70 que o vale da Galiza foi sendo preenchido com centenas de barracas construídas por imigrantes da Guiné, Cabo Verde, Angola e de etnia cigana.

Os cerca de dois hectares de terreno camarário que constituem o Bairro do Fim do Mundo serão futuramente ocupados por um Centro Comunitário.

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