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Garranos abatidos a tiro de zagalote (fotos)

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Autoridades investigam. Raça está sob ameaça de extinção

A «chacina» de dez cavalos garranos em Paredes de Coura agudizou a ameaça de extinção daquela raça, que neste momento já conta com menos de 2000 animais, noticia a agência Lusa.

Para o presidente da Fundação Alter Real, Vítor Barros, o garrano é uma raça actualmente «muito ameaçada», precisamente por contar com poucos exemplares pelo que foi classificada como espécie protegida.

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«Os dez cavalos vítimas da chacina de Paredes de Coura representavam mais de 0,5 por cento do total de garranos existentes em Portugal», salientou.

Sucedânea da Coudelaria de Alter, a Fundação Alter Real é a autoridade equina nacional, cabendo-lhe preservar as várias raças de cavalo autóctones, sobretudo o lusitano, o garrano e o sorraia.

«O cavalo garrano é um património genético muito importante, que tem que ser preservado, pelo que estamos muito preocupados com o que aconteceu em Paredes de Coura», acrescentou Vítor Barros.

Cavalos mortos a tiro de zagalote

A ameaça de extinção dos garranos decorre do facto de a criação desta raça exigir um regime «semi-selvagem», solta pelos montes, o que é cada vez mais difícil de conseguir, não só pela falta de espaços, mas sobretudo pelos conflitos que se geram quando os animais decidem invadir terrenos particulares.

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Dez garranos foram encontrados mortos, nos últimos dias, na área da Paisagem Protegida de Corno de Bico, em Paredes de Coura, uma ocorrência que já está a ser investigada pela GNR e pelo Ministério Público.

Segundo o presidente da Câmara local, António Pereira Júnior (PS), dois poldros foram igualmente alvejados, mas um pôs-se em fuga e um outro já foi devidamente tratado pelo veterinário municipal e «está a recuperar bem».

Crime: autores desconhecidos

O autarca disse ainda que se «aventam» várias hipóteses para o crime, mas ressalvou que só as investigações policiais poderão explicar o caso.

«Há quem diga que foi pura maldade de alguém que terá passado por ali de motorizada, outros falam em eventual vingança por problemas pessoais mal resolvidos e há também quem admita que os disparos poderão eventualmente ter sido efectuados pelos proprietários dos terrenos invadidos pelos animais. Mas são tudo meras hipóteses, meras conjecturas, nada mais que isso», referiu.

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Contactado pelo Portugal Diário, António Esteves, vereador da Câmara de Paredes de Coura, disse que «as autoridades ainda estão a investigar».

A câmara já comunicou o caso ao Instituto de Financiamento à Agricultura e Pescas, que se encarregou da remoção das carcaças esta quarta-feira.

Para Pereira Júnior, esta ocorrência vem novamente «pôr a nu» a urgente necessidade do Ministério da Agricultura elaborar uma regulamentação que «discipline» o pastoreio dos animais nos montes.

«O que acontece actualmente é que os animais são deixados à solta nos montes, muitas vezes sem qualquer identificação, e volta e meia descem às estradas e surgem inopinadamente no caminho das viaturas, provocando acidentes atrás de acidentes, ou invadem terrenos privados, destruindo colheitas e sementeiras. O problema é que, nessas alturas, o proprietário nunca aparece e a culpa acaba por morrer solteira», criticou.

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