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O Banco de Cérebros Humanos, que funciona há dois anos como projeto-piloto no Centro Hospitalar do Porto (Hospital de Santo António), já recebeu oito doações, tendo «mais alguns» inscritos, afirmou hoje à Lusa o coordenador-executivo, Ricardo Taipa. A recolha de tecido cerebral de pessoas que tinham doenças neurológicas e que entretanto morreram destina-se a ajudar a investigar o sistema nervoso central e vem «colmatar e preencher» uma das áreas em que a investigação em neurociências estava «carenciada» e pela qual ambicionava «há vários anos», disse a fonte. Ricardo Taipa referiu que qualquer pessoa pode ser dadora de tecido cerebral desde que tenha uma doença neurológica e, em vida, se inscreva no Banco de Cérebros Humanos. «Se o doente está em fase terminal e não tem autonomia para se inscrever, mas a família acredita que gostaria de doar o cérebro para investigação, pode, ela própria, fazer este procedimento», disse. Os cérebros vão, posteriormente, ser estudados pelos vários grupos de investigação científica em Portugal e no estrangeiro para perceber o que está «por detrás» de, por exemplo, a doença de Parkinson, Alzheimer ou Esclerose Múltipla, explicou Ricardo Taipa.
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«A doação de tecido cerebral, ato altruísta dos dadores, vai beneficiar as gerações vindouras», salientou.
«Numa etapa posterior, iremos estabelecer protocolos com os vários hospitais para recebermos tecidos cerebrais de doentes de norte a sul do país», adiantou.
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