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Porto: se foi vingança vai haver resposta

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Pode ter sido por engano e o alvo ser um segurança, mas o homicídio de Aurélio Palha, um dos principais empresários da noite portuense, pode ter consequências com «proporções muito graves». Confira a cronologia das mortes dos últimos dois meses

Madrugada de segunda-feira, cerca das 3 e 30 horas. Aurélio Palha, um dos principais empresários da noite portuense, estava sentado no muro da discoteca da qual é proprietário, a «Chic», na zona industrial do Porto. Conversava com um segurança. À passagem de um carro de côr escura, um dos ocupantes disparou vários tiros que o atingiram em cheio na cabeça.

O segurança chamou um carro patrulha que entretanto passou no local que, por sua vez, alertou o INEM. Aurélio Palha não resistiu aos ferimentos. Tinha 42 anos. Morreu à porta de parte do império que construiu: no pátio da discoteca «Chic», em frente à cervejaria «Mostarda», ao lado do restaurante de rodízio brasileiro «Boi na Brasa».

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Mas este empresário tinha muitos mais negócios. Começou como segurança e foi depois dono de uma empresa de segurança, que esteve ligada ao FC Porto. Enumerando os espaços nocturnos, foi proprietário do «Cais 447», do «Voice Café» e era, actualmente, proprietário da discoteca «Chic» e do «Nova Era Café», no Cais de Gaia, e sócio do «Porta 29», no Estádio do Dragão. Para além disso, já foi dono de um ginásio, o «Fashion Club», e era actualmente sócio da produtora «Som Puro» e dono da Rádio Nova Era.

O que parece levantar muitas dúvidas neste homicídio é o facto de Aurélio Palha estar acompanhado de um segurança na altura do crime e de, nos últimos tempos, os ajustes de contas entre seguranças serem frequentes. (Ler peça relacionada). Aliás, os funcionários da Chic não têm grandes dúvidas: «Foi um engano», «não era para ele».

António Fonseca, da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, coloca a mesma dúvida. Mas o certo é que diz ter recebido durante esta segunda-feira «vários telefonemas de empresários da noite que estão preocupados. Dizem que vão passar a ter cuidados de segurança e outro tipo de comportamento na rua. Alguns acrescentam que vão pensar bem se continuam nesta cidade».

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Mas o que mais preocupa António Fonseca é que acredita que isto «vai agravar-se, porque se foi um ajuste de contas vai haver resposta e assim nunca mais pára. Isto pode atingir proporções muito graves». E o pior, acrescenta, «é que se andam à procura dos alvos pode acontecer em qualquer lado, por tabela todos vão pagar».

As mortes dos últimos dois meses, diz este empresário, «têm a ver com disputas territoriais, que já existem há muito tempo... mas antes era à porrada». E o que mudou então? «Primeiro a concentração de mega-espaços não foi boa ideia, depois é muito fácil obter armas».

E, no meio disto tudo, a «polícia não está a fazer o seu trabalho», afirma António Fonseca. «No último mês já houve quatro ou cinco mortos e não se sabe nada sobre quem matou». No fundo, diz, a «cidade do Porto é que fica com uma imagem muito negativa».

Líder da claque Super Dragões foi dos últimos a vê-lo

Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, foi das últimas pessoas a falar com Aurélio Palha.

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«Estive com ele no «Boi na Brasa» (restaurante ao lado do Chic) a seguir ao jogo do Porto. Era meu amigo e fui lá para conversar com ele», refere Fernando Madureira, acrescentando que esteve com ele «até à meia noite e tal».

«Estava completamente tranquilo», refere Madureira, acrescentando que aquele não lhe deu conta de quaisquer receios ou de ameaças recebidas.

O líder da claque refere ainda desconhecer se o caso ficou a dever-se a algum ajuste de contas.

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