As obras de alimentação artificial das praias da Costa de Caparica com areia arrancam em Abril, mas poderão ficar concluídas apenas em 2008 devido à abertura da época balnear, anunciou esta sexta-feira, o presidente do Instituto da Água (INAG). A notícia foi avançada pela agência Lusa.
Orlando Borges adiantou, em conferência de imprensa, que a realização total do projecto está dependente das condições climatéricas.
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Segundo o responsável, o projecto poderá não ficar terminado este ano, visto que as obras deverão abrandar ou parar nos meses de Verão, os que tendencialmente seriam mais adequados para a execução dos trabalhos, que incluem o preenchimento das praias com três milhões de metros cúbicos de areia.
Ao contrário da obra de emergência que decorre nas praias de São João, os sedimentos para o preenchimento das praias com areia serão retirados da zona do Porto de Lisboa e de um banco de areia ao largo, o que implica boas condições climatéricas para a execução da obra, que deverá decorrer entre os meses de Abril e Outubro.
No entanto, durante a época balnear, «os trabalhos terão de ser organizados de outra forma, para não prejudicar os utilizadores das praias», o que poderá atrasar o prazo de conclusão da empreitada, justificou Orlando Borges.
Prometida ficou a conclusão da primeira fase desta obra, ou seja, a dragagem de cerca de meio milhão de areia do Porto de Lisboa e consequente colocação nas praias da Costa de Caparica.
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A segunda fase consiste na retirada dos restantes 2,5 milhões de metros cúbicos de um banco de areia ao largo, um procedimento considerado «muito complexo» e que, por isso, poderá estender-se até à Primavera de 2008.
Além disso, para o início desta segunda fase do projecto está também dependente a adjudicação da obra, uma vez que o Ministério do Ambiente terá ainda de abrir um concurso público internacional e escolher a empresa responsável.
A conclusão desta obra complementa os trabalhos de recuperação dos esporões das praias da zona urbana e terá um investimento total de cerca de 15 milhões de euros.
O professor Veloso Gomes, da faculdade de Engenharia do Porto, considerou esta opção como a mais adequada, visto que «os sedimentos são a melhor defesa natural para prevenir o avanço do mar».
Além disso, este especialista em engenharia costeira, que tem dado assessoria ao Instituto da Água, considera que esta será a solução que «melhor compatibiliza as questões paisagísticas com as questões de segurança dos frequentadores das praias».
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