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Cordão humano contra despedimentos na Segurança Social

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Uma centena manifestaram-se em Coimbra

Cerca de 100 funcionários realizaram um cordão humano em frente ao edifício da Segurança Social de Coimbra, num gesto de solidariedade para com a requalificação de quase 700 trabalhadores desta instituição.

O uso do termo requalificação pelo Ministério da Segurança Social «é um eufemismo» para aquilo que «é um despedimento claro» de funcionários, disse à agência Lusa Gonçalo Mendes, coordenador distrital do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), sublinhando que por parte dos trabalhadores «há um sentimento de revolta».

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Em Coimbra, serão «despedidos 15 trabalhadores diretamente e dez ou 12 que estão em mobilidade e que terão de regressar aos locais de origem», apesar de alguns dos serviços originais terem entretanto «desaparecido», referiu Gonçalo Mendes, contando que «os trabalhadores estão disponíveis para qualquer iniciativa, inclusive a realização de uma greve».

Todavia, o dirigente referiu que ainda não há uma posição do SINTAP face à greve de 24 horas e concentração nacional a 04 de dezembro, marcada hoje pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Funções Públicas.

Para além de outras iniciativas, o SINTAP vai entregar «um abaixo-assinado ao ministro da Segurança Social» na segunda-feira e os «trabalhadores estão disponíveis para a entrega».

Eva Bizarro, que foi funcionária da Segurança Social em Coimbra durante 37 anos, esteve presente no protesto junto ao edifício do centro distrital da Segurança Social por considerar a medida «incorreta».

«Há um défice de trabalhadores», argumentou, recordando que até se reformar viu «o número de funcionários reduzir drasticamente».

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A requalificação de quase 700 trabalhadores «vai levar a uma diminuição visível da produtividade, vai desmotivar os funcionários e vai ser prestado um pior serviço», criticou Eva Bizarro.

«Como é que colegas com 40 e 50 anos se vão adaptar noutro sítio e noutro posto de trabalho? São 20 anos a trabalhar no mesmo serviço», para agora «o Governo dizer que estas pessoas não têm conteúdo funcional», protestou Eva Bizarro.

A 7 de novembro, os funcionários da Segurança Social de Coimbra já tinham protestado contra a decisão do Governo, em que mais de uma centena manifestaram, em silêncio, a sua solidariedade com os 697 colegas colocados em regime de requalificação.

O secretário de Estado da Administração Pública, Leite Martins, aprovou a 04 de novembro a proposta do Instituto de Segurança Social para a redução de 697 postos de trabalho, cujos funcionários deverão ser colocados em inatividade, no âmbito do regime de requalificação.

O regime de requalificação prevê a colocação de funcionários públicos em inatividade, a receber 60% do salário no primeiro ano e 40% nos restantes anos.

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