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Milhares de trabalhadores e dirigentes sindicais da administração pública concentraram-se esta sexta-feira junto da Assembleia da República protestando contra a destruição dos serviços públicos, pela defesa dos seus direitos, carreiras e salários e contra as privatizações.
“Os trabalhadores da administração pública - central, regional e local - não abdicam de continuar a lutar pelos seus direitos, salários e pela progressão nas carreiras que lhe está a ser negada [por este Governo], pela defesa de um serviço público de qualidade e contra (…) as privatizações”, disse à agência Lusa o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.
“A municipalização não é mais nem menos que tentar empurrar para as autarquias serviços para os quais não estão preparadas para responder, não porque não tenham condições para o fazer do ponto de vista técnico, mas sim do ponto de vista financeiro, para degradar a imagem serviço público e mais tarde privatizar”, salientou.
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“Em vésperas de eleições estamos aqui a exigir respostas para os nossos problemas. É preciso repor os salários imediatamente e não para as calendas. É preciso desbloquear de imediato as carreiras profissionais e valorizar as profissões, bem como os profissionais que as desempenham e é necessário assumir as 35 horas e a sua manutenção para todos os trabalhadores”, salientou.
“Em vésperas de eleições (…) o Governo quer concretizar aquilo que a luta e a resistência dos trabalhadores impediu que fizesse nos últimos três anos”, disse.
Para Arménio Carlos, “não há futuro para Portugal com esta política [do Governo]. Portugal terá futuro se respeitar os direitos dos trabalhadores (…), romper com esta política e se criar as condições necessárias para nas próximas eleições derrotar o PSD/CDS e esta política de direita”.
Para o líder da CGTP, com o voto de cada trabalhador devem-se encontrar “as soluções alternativas, isto é, a correlação de forças no parlamento que combata a tese peregrina que é a da estabilidade pela via da maioria absoluta”.
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“O que Portugal precisa é de um equilíbrio da correlação de forças no Parlamento, não passando pela maioria absoluta, para obrigar os partidos a negociarem e a terem em consideração as reivindicações da CGTP e das suas organizações”, esclareceu.
“Dar força aos três partidos da troika [PS, PSD e CDS] é dar força à continuação da política da ‘troika’. A luta que se está a travar hoje é uma luta de rutura com estas políticas e em defesa de quem trabalha e de um país de progresso”, sublinhou.
No final da concentração, os trabalhadores aprovaram uma carta aberta que será enviada aos órgãos de soberania e que será divulgada na próxima semana, onde é explicado o porquê da perda de direitos dos trabalhadores, o empobrecimento do país causados pela política de direita do atual governo.
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