O Sindicato da Construção de Portugal alertou esta quarta-feira para a situação de duas centenas de trabalhadores do setor que emigraram para o Canadá sem contrato de trabalho, através de «angariadores de mão-de-obra», e arriscam agora ser repatriados para Portugal pelas autoridades locais.
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«É o velho problema. São cerca de duas centenas de trabalhadores que, há três meses, foram levados para o Canadá através de angariadores de mão-de-obra e que estão em situação irregular porque não estão enquadrados nem social, nem laboralmente. Agora estão a ter problemas porque as autoridades canadianas querem que eles regressem a Portugal», afirmou o presidente do sindicato, Albano Ribeiro, em conferência de imprensa no Porto.
«Estamos a falar em centenas de trabalhadores, mas rapidamente podem ser milhares se não forem tomadas medidas, devido à situação de crise em Portugal e à necessidade de mão-de-obra no Canadá», sustentou.
Além do Canadá, Albano Ribeiro garante que situações semelhantes «estão a acontecer noutros países da Europa, como a Alemanha, França e Luxemburgo», sendo previsível que venham a afetar também trabalhadores atraídos para laborar na Austrália.
Num contexto de falta de trabalho em Portugal, o sindicato destaca a importância de os trabalhadores que decidirem ir para o estrangeiro o fazerem «de forma enquadrada», através de «empresas idóneas» e com contrato de trabalho assinado.
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Neste sentido, o dirigente sindical adiantou à agência Lusa ter recentemente assinado um protocolo com a Universidade Fernando Pessoa, no Porto, e ter-se já reunido com a delegação regional do norte do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) no sentido de assegurar o ensino gratuito aos trabalhadores do setor de noções básicas de inglês, francês e alemão.
«É uma iniciativa que consideramos importante, dada a emigração de muitos trabalhadores. Se eles souberem o básico, defendem-se melhor», concluiu.
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