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Classe média não tem o que comer

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Coração da Cidade, no Porto, alerta para mudança no perfil das pessoas que procuram ajuda

A instituição portuense Coração da Cidade não está a conseguir responder às necessidades alimentares do número crescente de famílias que procuram apoio, disse esta sexta-feira à Lusa La Salete Piedade.

«Neste momento, os bens que nos são doados não chegam para conseguirmos alimentar as mais de 300 famílias que nos procuram», acrescentou a directora do Coração da Cidade.

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Nos últimos meses, frisou a responsável, «a procura aumentou dramaticamente», ao mesmo tempo que a instituição passou a «sentir uma quebra» nas ofertas das empresas, que habitualmente fazem doações de géneros.

La Salete Piedade contou que «todos os dias aparecem mais famílias, que não têm o rosto habitual da pobreza».

A responsável descreve uma «alteração profunda» no perfil das pessoas que procuram o Coração da Cidade: «Temos cada vez mais pessoas da dita classe média, que de repente se vêem a braços com a pobreza e não sabem como lidar com a situação.»

«Antes as assistentes sociais diziam às famílias para nos procurarem, mas agora a situação é de tal forma grave que, na maior parte das vezes, elas acompanham as famílias, que não podemos deixar ir embora sem ajuda», disse.

A directora da instituição de solidariedade social defende que «devia ser criado um gabinete de psicologia para acompanhar esta nova realidade, porque as pessoas estão completamente desorientadas».

Fundado em 1996, o Coração da Cidade começou por apoiar os sem-abrigo do Porto, com o fornecimento de uma refeição quente diária, mas, em pouco tempo, alargou a sua acção a vítimas de desemprego. Hoje, fornece cerca de 70 toneladas mensais de alimentos a mais de 300 famílias.

«Por um lado, a crise económica fez aumentar a procura e, ao mesmo tempo, afectou os nossos doadores, sobretudo empresas, que dão cada vez menos», frisou.

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