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Em defesa da velocidade segura e contra o <i>street racing</i>

Organização defende eventos em circuitos para acabar com corridas ilegais. Mas não há apoios. Corridas com segurança só acontecem duas vezes no ano e jovens querem correr todos os fins-de-semana

Em Portugal existe uma organização que promove o gosto pela velocidade, mas de forma segura. O problema está na falta de apoios, ou nas dificuldades instaladas, para que as corridas possam realizar-se todas as semanas. À falta de locais próprios para correr, os amantes de carros e velocidade procuram alternativas. As corridas de rua ocorrem todos os fins-de-semana, especialmente em eventos de tuning. O público é, na maior parte dos casos, a única barreira de segurança nas curvas perigosas.

Jorge Belo é a cara da associação, Superdrivers, que tenta a todo o custo retirar da via pública as corridas de carros. «Nós somos amantes da velocidade, mas reprovamos totalmente o street racing. Não podemos praticar um hobbie que põe em risco a vida das pessoas. De inocentes», explica.

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Os eventos organizados e com todas as medidas de segurança custam caro. «Uma corrida num circuito, por exemplo no autódromo do Estoril, pode custar três mil contos por dia. Um preço que inclui pelo menos duas equipas do INEM, um carro de bombeiros, e mais de 20 comissários de pista. «Para uma corrida de cem automóveis são necessárias cerca de 50 pessoas para organizar», explica.

Mas as medidas de segurança não se ficam pela organização. Cada condutor tem que obedecer às criteriosas regras de segurança. «Desde o uso de capacete obrigatório à utilização de luvas próprias para o evento», assegura Jorge Belo. «Por todo o país, em quase todos os fins-de-semana, especialmente no Verão, realizam-se eventos de tuning. Acontecimentos que na maior parte das vezes são autorizados pelas autarquias e servem para promover a região».

Os eventos são positivos, pois possibilitam o encontro de milhares de amantes de carros e da velocidade. «O problema está na má utilização dos carros nestes espaços sem segurança. Muitos condutores começam a fazer peões para se exibirem ou mesmo corridas cronometradas. Mas não há qualquer tipo de segurança. As pessoas que assistem são a única barreira que existe», adianta.

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Três mil contos por dia é uma quantia elevada para que o evento se possa realizar todas as semanas. «Nós disfrutamos da velocidade em circuitos com a frequência que nos deixam. Uma ou duas vezes por ano. Nem sempre nos concedem os espaços e não possuímos apoio de nenhuma entidade, apesar de as autoridades, com quem mantemos contacto, destacarem este tipo de corrida de uma forma positiva», afirma Jorge Belo.

Os amantes da velocidade cumprem os desígnios da sua paixão, na maior parte dos casos, na via pública. Muitos até vão às corridas organizadas, mas a vontade é correr sempre que podem. À falta de locais específicos qualquer estrada secundária ou espaço privado serve para as habilidades dos condutores.

«A solução não passa por uma maior perseguição por parte das autoridades. A condução desportiva é uma tendência de mercado que todos os anos introduz novas tendências. O número de fãs da velocidade e de tuning não pára de crescer. É necessário a existência de legislação específica e locais, apoiados pelas autarquias, que permitam a realização de corridas todos os fins-de-semana, onde estejam garantidas todas as condições de segurança. Lá fora é assim. Temos que fazer o mesmo em Portugal, para evitar tragédias como a deste fim-de-semana».

Milhares de portugueses são adeptos do tuning. A paixão pelos carros e pela velocidade não escolhe classes. O street racing e o tuning estão intimamente ligados, mas não são a mesma coisa. O street racing é sempre ilegal por se tratar de corridas na via pública excedendo os limites de velocidade e pondo em perigo terceiros. Por outro lado o tuning é a arte ou o «desporto» de modificar o aspecto e a performance do carro. O registo destas alterações acaba com a ilegalidade no tuning. Muitos dos adeptos do street racing são adeptos de tuning. Mas muitos dos adeptos de tuning não entram em corridas ilegais.

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