O programa Segunda Vaga desta quarta-feira analisou a pressão existente no Serviço Nacional de Saúde e fez um balanço da gestão das camas nos hospitais que hoje tem de ser mais organizada e dinâmica do que nunca.
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Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, realça a importância de existir um sistema integrado que evitasse que os profissionais de saúde “tenham de ligar para vários hospitais para encontrar uma vaga”.
É importante agilizar isto e sublinhar que não é uma questão de agora. Há muito que se tem de lidar com isto”, afirma Ricardo Mexia, num momento em que há 2.742 camas ocupadas por doentes covid-19 num universo de 17.700.
Um cenário de pressão ampliado pelos dados de internamentos em Unidades de Cuidos Intensivos. Das 703 camas disponíveis, 382 estão ocupadas.
Os cuidados em UCI são o fim da linha para os doentes covid-19 que viram o seu estado de saúde agravar-se. Já termos ultrapassado 50% dos recursos para internamentos que temos é uma situação que faz soar os alarmes”, explica Mexia, sublinhando a necessidade de ter em conta a sobrecarga causada também por doentes não infetados com a covid-19.
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Para minimizar os efeitos da pandemia no SNS, Ricardo Mexia acredita que é necessário abrandar o número de novas infeções para conseguir travar o número de internamentos em UCI. “Temos capacidade elástica, mas não é inesgotável”, denota o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública.
No dia 3 de novembro, o Ministério da Saúde afirmou que ia passar a realizar a monitorização da ocupação e das vagas da Medicina Intensiva e a mapeá-las no sistema “Camas em Tempo Real”, estando ao cabo dos hospitais do SNS a atualização dos dados.
Estado de emergência permite um confinamento total?O advogado e constitucionalista José Luís Moreira da Silva foi convidado a traçar os principais pontos das medidas restritivas impostas pelo estado de emergência no início da semana.
Moreira da Silva explica que o estado de emergência tem uma duração de 15 dias e não tem limite de prorrogações, podendo “manter-se durante alguns meses, por via de um decreto do Presidente da República”.
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Para o especialista, as medidas tidas como “mais leves” podem sofrer um agravamento.
Este estado de emergência é menos invasivo, mas um agravamento da situação pode levar a mais suspensões dos direitos fundamentais dos cidadãos”, afirma.
Questionado sobre se um novo confinamento geral é possível, o constitucionalista indica que existe essa hipótese e que o ministro da Administração Interna pode decretar o encerramento dos transportes rodoviários e ferroviários.
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