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Comboios: linhas cortadas serviam 830 mil por ano

Reacções negativas em Águeda e Nazaré

Os cerca de 630 quilómetros de ferrovia que deverão ser encerrados até ao final do ano servem aproximadamente de 830 mil passageiros por ano, segundo as estimativas da CP para 2011.

Na Linha do Leste, os dados indicam 28.164 passageiro por ano e uma média de 19 por comboio, enquanto para o trajeto Beja-Funcheira estão estimados 4.123 pessoas, numa média de três por comboio.

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No trajecto Caldas da Rainha-Figueira da Foz, os dados da CP referem 186.580 passageiros anuais e uma média de 53 por comboio e na Linha Vouga, a indicação é de 610.242/ano e uma média de 46 por comboio.

No documento do Executivo, a que a Lusa teve acesso, refere-se a desactivação até ao final do ano dos serviços de passageiros nas linhas ferroviárias do Leste, do Vouga, do Oeste, entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz, e da Linha do Alentejo, entre Beja e Funcheira.

Águeda «mais isolada

O presidente da Câmara de Águeda, Gil Nadais (PS), considera hoje que o encerramento da Linha do Vouga vai ser «uma situação extremamente gravosa» para o concelho, afastado que está dos principais eixos rodoviários.

Gil Nadais diz não compreender a perspectiva do Governo ao pretender encerrar a Linha do Vouga, «que nos últimos tempos tem aumentado substancialmente» de utentes e «tem mais passageiros que a Linha da Beira Alta», deixando as populações sem alternativa.

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«Caso esta Linha venha a ser encerrada, a solução proposta não serve minimamente as pessoas de Águeda e todo o interior do concelho e de concelhos vizinhos, porque o transporte por autocarro demorará muito mais tempo do que através do comboio. Além disso, o concelho de Águeda está isolado, porque não tem uma ligação rápida aos principais eixos rodoviários», disse à Lusa.

Já o o presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, João Agostinho (PSD), afirmou que a Linha do Vouga «não tem nenhuma utilidade» no seu concelho e que «as automotoras andam de um lado para o outro a estragar dinheiro ao Estado».

«Ou se moderniza a linha no sentido de ela ser útil às populações, ou então extinga-se de uma vez por todas porque os horários que praticam não servem os transportes escolares nem servem ninguém. Andam aí as automotoras de um lado para o outro, sem utilidade rigorosamente nenhuma a estragar dinheiro ao Estado», comentou.

João Agostinho explica que «já ninguém utiliza a linha» porque o concelho tem «alternativas rodoviárias excelentes», sendo servido pela A1, A25 e IC2.

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Nazaré fala em falta de alternativas

A câmara da Nazaré (PSD) posicionou-se contra o fim do serviço de passageiros na Linha do Oeste, entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz, uma medida que contradiz a estratégia de mobilidade no distrito de Leiria.

«A Câmara da Nazaré, não pode deixar de estranhar a medida e manifestar a necessidade de manter o funcionamento da Linha do Oeste», sublinha o executivo numa moção aprovada por unanimidade, na segunda-feira, mostrando «apreensão e discordância» relativamente à desactivação, até final do ano, do serviço de passageiros na Linha do Oeste, entre as Caldas da Rainha e a Figueira da Foz.

A Comissão de Defesa da Linha do Oeste considera preocupante a desactivação do serviço de passageiros na linha do Oeste, entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz, e apela aos autarcas que se insurjam contra esta medida.

«Até ao final da semana vamos definir medidas para denunciar esta situação extremamente preocupante e apelamos aos autarcas da região, que se insurjam contra a medida que tem consequência muito gravosas para a população», disse à Lusa José Rui Raposo, da Comissão de Defesa da Linha do Oeste.

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