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Divórcio: pais procuram mais apoio técnico para os filhos

O número de separações legais não pára de aumentar em Portugal

Com o aumento do número de divórcios em Portugal, cresceu também a procura dos serviços de psicologia por pais que pretendem ajudar os filhos a superar os medos, a tristeza e revolta causada pela separação. A convicção é de Susana Monteiro psicóloga e coordenadora de grupos de apoio a crianças e jovens no Centro de Formação e Investigação em Psicologia (CEFIPSI), citada pela Lusa.

Em Portugal, o ratio entre casamento e divórcio não cessa de aumentar: em 2001, por cada 100 casamentos celebrados foram decretados 32 divórcios, em 2009, o indicador rondou os 65, mais do dobro. Em 2010, o número de divórcio voltou a aumentar, tendo-se registado 27 556, mais 5,3 por cento em relação ao ano anterior.

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«Muitos pais procuram apoio psicológico para os seus filhos para os ajudarmos a lidar com o processo de adaptação ao divórcio dos pais, à nova realidade familiar», diz à Lusa Susana Monteiro.

Há mais de 10 anos a lidar com esta realidade, Susana Monteiro conta que «os pais estão mais sensibilizados e disponíveis» para procurar este tipo de apoio para os filhos. Mais tarde, depois de verem os benefícios desse apoio nos filhos, são os próprios pais a pedirem ajudar para «lidar de uma forma mais ajustada com a situação de divórcio e poderem apoiar devidamente os filhos», adianta Susana Monteiro, coautora do livro «Os meus pais já não vivem juntos», um manual para ajudar pais, técnicos e crianças a lidar com o processo de divórcio.

Quando chegam às consultas, as crianças e os jovens estão «geralmente fragilizados em termos emocionais». Tristeza, medos de rejeição e abandono são os sintomas mais frequentes nas crianças até aos seis anos, que se culpam frequentemente pela separação dos pais.

Já nas crianças entre os seis e os dez anos, os sintomas mais frequentes são tristeza, zanga e raiva, muitas vezes dirigida para o progenitor com quem vive mais tempo. Já o progenitor que está mais longe é idealizado.

Nos pré-adolescentes, a dor da separação é manifestada através de «uma maior dificuldade em demonstrar ou expressar as suas emoções, o sofrimento, e envolverem-se em comportamentos de risco», descreve a psicóloga.

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