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Violência doméstica: queixas disparam em Trás-os-Montes

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Contudo, maior parte das denúncias ainda é registada nas grandes cidades

Duas em cada três denúncias de violência doméstica feitas às autoridades em 2010 registam-se nas zonas de Lisboa, Porto, Setúbal, Aveiro e Braga, mas foi nos distritos de Vila Real e Bragança que as queixas dispararam: mais 25 por cento.

De acordo com a agência Lusa, os números constam do relatório da Direcção Geral da Administração Interna (DGAI) apresentado esta quarta-feira em Lisboa que revela que só no ano passado as forças de segurança (PSP e GNR) registaram 31.235 participações de violência doméstica.

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A cada hora que passa, quatro pessoas reportam às autoridades um novo caso de violência doméstica. Este é o terceiro crime mais registado em Portugal, mas a secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, teme que a realidade possa ser ainda mais dramática: «Estes números representam 40 a 50 por cento da dimensão real da violência doméstica».

A grande maioria das queixas conta histórias de mulheres que são vítimas de violência por parte do companheiro. Habitualmente, a agressão acontece em casa e, em quase metade dos casos (44 por cento), os crimes são presenciados por menores.

Um crime de ferias de fins-de-semana

É durante as «férias grandes» e ao fim-de-semana que os crimes disparam. A justificação é simples: os casais estão mais tempo juntos. Segunda-feira é o dia em que as autoridades recebem mais queixas.

«No ano passado, 15,9 por cento das ocorrências registaram-se à segunda e 14,9 por cento ao domingo. Nos dois dias do fim-de-semana registaram-se 33 por cento de todas as ocorrências», explicou o vice-presidente da Comissão para a Cidadania e para a Igualdade de Género (CIG), acrescentando que a maioria das denúncias são feitas no dia em que ocorre a agressão.

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As histórias a que as forças policiais têm acesso passam-se, regra geral, nos grandes centros urbanos: Lisboa, Porto, Setúbal, Aveiro e Braga reúnem 64,3 por cento de todas as queixas nacionais. Só as polícias da zona de Lisboa receberam no ano passado 7.314 denúncias e as do Porto registaram 6.355 ocorrências.

O relatório da DGAI apresenta ainda os distritos que registaram um maior aumento de denúncias entre 2009 e 2010: Vila Real (30,8 por cento), Bragança (26,9 por cento) e Santarém (22,4 por cento). No entanto, os três distritos juntos não chegam a registar duas mil ocorrências.

A DGAI mostra que o número de denúncias tem aumentado, em média, 12 por cento ao ano desde que em 2000 passou a ser considerado um crime público.

Vítimas mais seguras

Os responsáveis políticos acreditam que o aumento de queixas não significa mais crimes mas sim uma maior visibilidade do fenómeno e mais segurança das vítimas em denunciar. «As vítimas sentem-se mais seguras hoje», disse Elza Pais.

Para o secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, José Conde Rodrigues, «os dados hoje apresentados evidenciam uma estabilização deste tipo de crime».

Elza Pais lembrou que existem 130 projectos realizados por organizações não governamentais assim como os trabalhos que se têm realizado nas escolas na área da prevenção nas escolas. No ano passado, cerca de 10 por cento das queixas envolviam jovens entre os 18 e os 25 anos.

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