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Açores: pequena fajã costeira formada na ilha do Corvo

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Desconhece-se quanto tempo possa manter-se

A evolução da derrocada ocorrida no final de outubro na costa noroeste do Corvo permitiu a formação de uma pequena fajã, a primeira da mais pequena ilha dos Açores, embora se desconheça quanto tempo possa manter-se.

«Nesta altura verifica-se que a fajã começa a ganhar espaço. É uma fajã extraordinariamente pequena. Diria que há um crescimento talvez de 40 metros entre a terra e o mar», afirmou o diretor regional dos Assuntos do Mar, Frederico Cardigos, em declarações à agência Lusa.

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Uma derrocada ocorrida na costa noroeste da ilha do Corvo, entre a Fajã da Madeira e a Ponta do Marco, na sequência de mau tempo, fez deslocar na altura uma enorme massa de sedimentos, originando a formação de pequenos ilhéus com 200 metros de comprimento junto à mais pequena ilha dos Açores.

Após a formação dos ilhéus, as cerca de 150 mil toneladas de material geológico formaram uma península devido ao transporte de material entre os ilhéus e a ilha, uma evolução que «continua a ser seguida de perto pelo Parque Natural daquela ilha».

Frederico Cardigos explicou que a evolução deste fenómeno tem-se revelado «extraordinariamente interessante», já que além da pequena fajã costeira perspetiva-se a formação de uma lagoa que neste momento ainda só tem «um aspeto semelhante a uma ferradura».

«É cedo para afirmar perentoriamente o que irá suceder de seguida, mas a evolução parece ser consentânea com o aparecimento de uma paisagem parecida com locais como a Fajã dos Cúbres ou de Santo Cristo, embora com uma dimensão bastante menor», frisou, destacando que se trata de um processo «muito interessante de acompanhar».

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Segundo explicou a mesma fonte, «a evolução que se tem observado demonstra que esta ferradura está a fechar e aparentemente irá tornar-se numa lagoa costeira, mas obviamente teremos que observar o que irá acontecer nos próximos tempos».

O diretor regional dos Assuntos do Mar lembrou ainda que inicialmente o cenário evolutivo que se considerava «mais provável era o simples desaparecimento dos ilhéus».

«De facto não se confirma e está a registar-se um fenómeno evolutivo absolutamente surpreendente e muitíssimo interessante de seguir», sublinhou.

De acordo com Frederico Cardigos, além do impacto visual, este fenómeno assume também particular interesse para verificar como situações do género terão ocorrido no passado no arquipélago.

O presidente da Câmara Municipal, Manuel Rita, disse à lusa que «já foi ao local» ver o fenómeno, mas acrescentou que a população já «não fala tanto» do sucedido como no início.

«Na altura, quanto aconteceu, foi motivo de interesse, pois foi uma derrocada com dimensão superior a outras. Mas, agora pouco se fala», disse Manuel Rita que acredita que «tudo vai desaparecer quando vier mau tempo».

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