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Lições de democracia

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Mais do que sacudir esta incómoda poeira, pedia-se a José Sócrates que também ele se indignasse com este tipo de critério de avaliação dos professores

«É claro que é um caso. Mas é um caso que envergonha». Francisco Louçã utilizava estas palavras depois de denunciar no Parlamento os critérios de avaliação de professores utilizados numa escola em Leiria.

Em causa está um dos parâmetros de avaliação dos professores de uma escola no agrupamento escolar Correia Mateus: «Verbaliza a sua insatisfação/satisfação face a mudanças ocorridas no Sistema Educativo/na Escola através de críticas destrutivas potenciadoras de instabilidade no seio dos seus pares». Apetece perguntar: Isto é mesmo verdade? Acontece mesmo em Portugal? Em 2008?

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O primeiro-ministro demarcou-se de imediato ao sublinhar que a ficha de avaliação é da autoria da escola e não segue nenhuma indicação do Ministério da Educação. Mas não deixou de acusar Louçã de querer denegrir um processo tão importante.

Mais do que sacudir esta incómoda poeira, pedia-se a José Sócrates que também ele se indignasse com este tipo de critério de avaliação. Pelo menos que percebesse que, não o fazendo, pode dar espaço a que outros se sintam legitimados para imporem nos seus serviços ou nas suas empresas todo o tipo de critério absurdo e atentatório da liberdade de expressão.

Isto passou-se no Parlamento no dia 29 de Fevereiro. E nesse dia a presidente do Agrupamento de Escolas Correia Mateus indignou-se e garantiu que a ficha era da sua autoria e não pretendia alterar uma vírgula. Esta quinta-feira mudou de opinião e anunciou que tinha retirado o polémico item e havia agora uma ficha de avaliação nova. Para «evitar mais questões», explicou.

Mas para que tudo fique muito claro deixou um aviso: «A mim ninguém me dá lições de democracia».

Pronto, pode ficar com a última palavra neste triste caso.

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