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Sra. ministra, preocupe-se

Queríamos ver a ministra a preocupar-se com a violência nas escolas. Como dizem os especialistas, o primeiro passo para a cura é admitir o problema

O Procurador-geral da República revelou que o Ministério Público está a investigar «algumas dezenas» de casos de violência nas escolas. Declarações que surgem dias depois de Pinto Monteiro também ter alertado que em algumas escolas «formam-se pequenos gangs que depois transitam para gangs de bairro, armados e perigosos».

O PGR não tem dúvidas: «A violência nas escolas existe e tem contornos preocupantes».

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O Secretário de Estado da Educação reagiu e contrariou esta preocupação, dizendo que a violência das escolas vem de fora dos estabelecimentos de ensino e que «os incidentes de violência e indisciplina ocorrem apenas em 7% das escolas».

Com base nesta pequena percentagem, este governante diz não perceber o mediatismo dado pela imprensa a certos casos. Na mesma linha de pensamento, a ministra fala em «oportunismo político» e insurge-se contra a oposição. Mas será que ninguém ouve os professores quando estes dizem que casos como o que aconteceu na Escola Secundária Carolina Michaelis são «frequentes», habituais e quase sempre calados por medo, por silêncios impostos pela inoperância dos conselhos que se dizem executivos das escolas?

Referindo-se a uma outra situação de violência amplamente divulgada no final de 2007, a ministra da Educação garantia que «a escola portuguesa é um espaço seguro» e que não existem razões para «preocupação excessiva» sobre a violência e indisciplina por parte de alguns alunos.

Questionada sobre se há escolas que estão entregues a alunos mais violentos, como já na altura o Procurador Geral da República denunciava, a ministra foi clara: «De maneira nenhuma. Isso é uma caricatura».

Mais do que ver a ministra a defender os professores e/ou outros funcionários das escolas [isso poderia significar um recuo e este Governo não é de recuos], queríamos ver a ministra a preocupar-se com a violência nas escolas. Porque ela existe. Como dizem os especialistas, o primeiro passo para a cura é admitir que existe um problema.

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