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MP acusa 4 militares de homicídio por negligência

Jovem de 18 anos morreu a 20 de maio de 2011 quando fazia um exercício de slide no dia da Defesa Nacional

O Ministério Público (MP) considera que a queda fatal de uma rapariga no quartel de Gaia, durante um slide, ocorreu por desleixo de quatro militares envolvidos na montagem e vigilância do equipamento e não por deficiência dos cabos, apurou a Lusa.

Ana Rita Lucas, de 18 anos, caiu de uma altura de cinco a sete metros, em 20 de maio do ano passado, quando fazia o exercício radical no âmbito das atividades do Dia da Defesa Nacional. Ainda foi transportada ao Hospital de Santo António, no Porto, mas não resistiu aos ferimentos, vindo a morrer nesse mesmo dia.

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A acusação,a que a agência Lusa teve acesso, refere que o cabo de aço do sistema que veio a quebrar durante a descida da jovem em slide, a partir de uma torre multiusos, «não apresentava nenhum sinal visível de corrosão ou degradação», encontrando-se em condições «aceitáveis».

Este cabo tinha 150 metros de comprimento e 10 milímetros de diâmetro e a sua capacidade de tensão foi ultrapassada por alegada imprevidência dos quatro arguidos, um sargento, um cabo e dois soldados, sublinha o MP.

Os quatro militares «não se certificaram das condições em que havia sido executada a tensão do cabo de aço, não se certificaram se aquele cabo de aço tinha tensão em excesso, não verificaram, por cada descida dos voluntários em slide, se aquele cabo de aço mantinha as condições de segurança para continuar a ser utilizado naquele dia», afirma a acusação.

Ana Rita Lucas foi a décima quinta jovem a usar o equipamento para a atividade radical.

Com esta acusação, o MP secunda a tese de peritos da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que concluíram ter havido montagem deficiente do equipamento e que o cabo partiu por excesso de esforço.

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Aos quatro militares acusados no processo é imputado o crime de homicídio por negligência, porque «revelaram total falta de cuidado, prudência e desrespeito manifesto pelas regras de segurança, sem terem tomado as necessárias precauções para evitarem a quebra do cabo de aço».

O processo está na 2ª secção do MP de Gaia, desconhecendo-se ainda quando será julgado por um tribunal singular.

As atividades do Dia da Defesa Nacional, que Ana Rita Lucas cumpria em 20 de maio do ano passado, são impostas por lei, escreve a Lusa.

Na altura do acidente, o Exército expressou à família o seu «profundo pesar» pelo sucedido e anunciou a abertura de um inquérito.

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