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1 de maio: trabalhadores indignados e «fartos» de cortes

Milhares saíram à rua para celebrar o Dia do Trabalhador

Fartos de cortes e preocupados com o futuro dos filhos, milhares de cidadãos aproveitaram esta quarta-feira a celebração do Dia do Trabalhador para desfilar pela Avenida do Liberdade contra as políticas do Governo.

1 de Maio: milhares protestam nas ruas

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O desfile organizado pela UGT partiu do Marquês de Pombal, em Lisboa, por volta das 15:00 e começou a chegar aos Restauradores quase uma hora depois, animando a avenida com as bandeiras coloridas dos sindicalistas, o rufar dos tambores e o protesto sonoro das buzinas que acompanharam o cortejo.

Revolta e tristeza foram sentimentos que dominaram muitos do que se juntaram ao apelo da UGT, como Carolina Botelho, «inválida há muitos anos» e que se queixou de lhe estarem a retirar «as migalhinhas», escreve a Lusa.

«Acham que o dinheiro que a gente ganha é muito, e não é nada, e mesmo assim estão a tirar», lamentou, enquanto outra manifestante gritava: «Está na hora do Coelho se ir embora».

«Eu não trabalho, mas tenho filhos, familiares, que estão a passar necessidades e do pouco que a gente ganha ainda temos de contribuir para a ajuda de quem está a precisar», desabafou.

Lina Lopes junta à defesa dos filhos, a das mulheres, vítimas privilegiadas desta crise.

«Estou aqui para defender os interesses dos meus filhos e defender os interesses das mulheres, que em situação de crise são elas que tem maiores problemas», disse à Lusa a secretaria executiva e presidente da comissão das mulheres da UGT.

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Também o pensionista Alfredo Júnior quis vir mostrar a sua «indignação» pela forma como o Governo tem tratado o povo português.

«Isto está mau, mas cortar sempre nos mesmos, acho que não. Eu sou pensionista e estou consecutivamente a levar cortes desde que fui reformado há dez meses, é sempre a cortar, a cortar. Os pensionistas e os reformados parece que são um incómodo para o Governo e foi o Governo que provocou esta avalanche de desempregados», criticou.

Para Alfredo Júnior, trabalhadores e pensionistas são as principais vítimas, ao contrário das grandes empresas como a EDP, que tem um rendimento garantido.

«Eu também gostava de ter um rendimento garantido, em que ninguém mexesse, mas parece que há dois pesos e duas medidas», afirmou, contestando o corte das reformas.

«Eu trabalhava numa empresa que tinha o fundo de pensões, foram-nos buscar o fundo de pensões, agora dizem-nos que as reformas são muito grandes, que temos que baixar, que 600 euros é muito. Eu gostava de os ver - Passos Coelho e toda a companhia dele - a governarem-se com 600 euros por mês. Mostrem-me como é que isso funciona e eu não me importo de baixar a minha pensão para 650 euros», desafiou, indignado.

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«Está na hora deste Governo ir embora» e «no Governo e em Belém não presta ninguém» são algumas das palavras de ordem mais gritadas pelos manifestantes.

Em Lisboa houve concentrações no Marquês de Pombal até aos Restauradores e do Martim Moniz até à Alameda.

No Porto a concentração foi na Avenida dos Aliados.

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