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Desaparecidos: «Primeiras horas são cruciais»

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Especialista da PJ diz que em Portugal o desaparecimento de uma criança dura, em média, dois ou três dias

O desaparecimento de uma criança em Portugal dura, em média, dois ou três dias e deve ser participado rapidamente à polícia, tendo em conta que as primeiras horas são cruciais para a investigação, segundo um especialista da PJ, escreve a Lusa.

Esta é a opinião de Ramos Caniço, director da Unidade de Informação e Investigação criminal, da qual faz parte a brigada de investigação e averiguação de Desaparecidos da PJ, e defensor da utilização de dispositivos de localização de crianças.

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«Esperar 48 horas é uma estupidez. As primeiras horas são cruciais para se determinar se estamos perante um desaparecimento ou um crime», alertou Ramos Caniço a propósito do Dia da Criança Desaparecida que se assinala esta quarta-feira.

Em entrevista à Lusa, o director referiu que no ano passado e até 30 de Abril, a PJ recebeu 168 participações de desaparecimentos de crianças entre os zero e os 12 anos e 2.738 de jovens adolescentes dos 12 aos 18.

E sublinhou que o sucesso da PJ é total, já que a taxa de recuperação das crianças é de 100 por cento. Além da PJ, também a PSP e a GNR recebem e investigam queixas de desaparecimentos, logo os números poderão ser mais elevados.

O responsável acrescentou que os 2.738 casos de adolescentes desaparecidos só representam cerca de mil jovens, porque muitos são «reincidentes» e desaparecem «10 ou 15 vezes no mesmo ano».

«No mês passado tive uma jovem com 16 anos que desapareceu de casa três vezes e foi sempre recuperada», contou. E a falta de liberdade é o motivo mais alegado pelos «jovens fugitivos».

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Entre as participações recebidas pela PJ muitas são de adolescentes institucionalizados, que chegam a fugir mais do que uma vez dos centros educativos.

«Apetece-lhes ir dar um volta, apanhar ar, ir ter com amigos ou ir aos centros comerciais e alguns são reincidentes: Muitos têm telemóvel e já são nossos conhecidos, nós ligamos e eles regressam aos centros», contou. «Temos um jovem que gostou tanto de andar num carro da polícia que agora foge para voltar a repetir a experiência».

O panorama altera-se quando se trata do desaparecimento de crianças até aos 12 anos.

A maioria destes desaparecimentos são «falsos desaparecimentos ou raptos parentais», isto é, a criança está normalmente com o progenitor com quem não deveria estar e que não a entrega ao legal detentor do poder paternal.

Ramos Caniço é defensor das novas tecnologias como auxiliares da investigação policial, nomeadamente da utilização de chips com GPS para localizar crianças.

«As tecnologias, nomeadamente os chips com GPS, poderiam ajudar e muito a localizar crianças desaparecidas», afirmou Ramos Caniço defendendo mesmo a sua utilização por idosos com doenças incapacitantes e que muitas vezes se perdem.

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Na opinião do especialista «todas as situações em que o desaparecimento está relacionado com acidentes resolver-se-iam mais depressa porque o GPS dá com uma precisão de metros a localização exacta do dispositivo que está na posse da criança».

Sobre a utilização da comunicação social ou da Internet para noticiar o desaparecimento de uma criança, Ramos Caniço diz que só com o consentimento da polícia e depois de se saber se a integridade física da vítima pode ser posta em causa.

«A divulgação de fotografias e outros pormenores podem fazer a diferença entre a vida e a morte da vítima», sustenta.

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