Os diretores de serviço do Hospital Amadora-Sintra demitiram-se em bloco. Na carta enviada ao presidente do conselho de administração daquela unidade de saúde, a 11 de fevereiro, e a que a TVI teve acesso, constam 27 assinaturas. Todos os profissionais são unânimes em considerar que a situação é «preocupante», tanto ao nível da degradação das condições de trabalho, como do serviço prestado aos doentes. Este é o segundo hospital a registar uma demissão em bloco em três semanas. Também no Garcia de Horta, quase no final de janeiro, a chefia da equipa de urgência bateu com a porta. Só veio a recuar quando o ministro da Saúde anunciou mais camas e médicos para aquele serviço. Agora, os colegas do Amadora-Sintra, da urgência e de outos serviços, argumentam com «progressiva degradação da capacidade de resposta às adversidades e uma diminuição preocupante da qualidade assistencial» para fazerem o mesmo. Para além de ser endereçada ao conselho de administração do hospital, foi igualmente reencaminhada ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, e ao bastonário da Ordem dos Médicos. Com fortes – e diretas – críticas à administração e à direção clínica, por não terem «conseguido defender os interesses da instituição e das populações» - e com esta última a revelar «total incapacidade» de interlocutora -, os diretores de serviço desistem. E enumeram os motivos: «A saída preocupante de recursos humanos qualificados que não foram substituídos, a «notória a incapacidade de contratação», a «ausência de resposta em especialidades fundamentais», como a anestesia e os «problemas do serviço de urgência», entre outras. Não tem dúvidas que a «ausência de estratégia» e o caminho que está a ser seguido condenarão O hospital à «insolvência económico-financeira». Os diretores de serviço do Amadora-Sintra apresentam as críticas, mas garantem que muitos dos problemas foram «previstos» e que eles próprios sugeriram «ideias e medidas», sugeridas, que não encontraram «eco» na gestão do hospital.
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Leia a carta na íntegra:
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