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O divórcio, os medos e o começar de novo

Ana Leandro recebeu vários testemunhos no seu blog Diário de uma divorciada. Com base na sua experiência pessoal e no que ficou a conhecer escreveu para o PortugalDiário sobre o tema

O divórcio, para mim, não significou o rasgar da folha da vida a meio, mas antes um virar de páginas onde, todos os dias, novas folhas em branco me vão surgindo e onde vou registando as minhas emoções, descobertas e reflexões; partilhando dificuldades, alegrias e experiências. Em suma, onde vou desbravando caminho numa sociedade onde o divórcio é ainda um assunto tabu. Para além de uma terapia, o «Diário de uma divorciada» é igualmente um ponto de encontro com os meus colegas de estado civil que muito me vão ensinando também.

Tradicionalmente, nós, as mulheres, sempre fomos preparadas para o casamento e, muito embora essa preparação seja, actualmente, completamente desadequada e até um pouco machista, a verdade é que houve uma preparação, ao passo que o «The End» para os nossos educadores começava (e começa) no dia em que se colocava um pé no altar. Para o divórcio nunca houve preparação nem preparativos. Enquanto o casamento é motivo de festa, o divórcio é encarado socialmente como um acontecimento triste e lamentável (será!?).

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Os caminhos do Divórcio

Os motivos que conduzem ao divórcio estão intimamente ligados às razões que levam ao casamento. Casar, embora possa não parecer, ainda é o que era. Salvo raras excepções, quando uma pessoa decide «dar o nó» acredita convictamente no «até-que-a-morte-os-separe» e o seu objectivo principal, no que concerne àquela união, continua a ser a busca da felicidade. A questão é que a felicidade é um conceito por demais relativo e abstracto que, quando aplicado ao matrimónio, traduz, frequentemente, expectativas irrealistas.

Os primeiros sinais de desencanto surgem com as incompatibilidades de carácter que a convivência diária vai revelando e acentuando; quando há um desequilíbrio na divisão das tarefas (um motivo de peso e relativamente recente, que há duas ou três décadas não faria muito sentido e que tem vindo a ganhar terreno) ou quando a rotina vai minando todo o espaço da vida do casal. O dinheiro, ou a falta dele, é também um factor de grande tensão. Tudo somado, gera-se um desconforto que vai abrindo caminho a um gradual afastamento de, pelo menos, um dos membros do casal. Os verdadeiros problemas começam quando a falta de diálogo ou as discussões constantes são a principal característica da união.

Apesar do cenário desfavorável, muitos casais continuam a coabitar, quer pelos filhos, por motivos económicos ou quer por pura dependência emocional. A não ser que o ambiente seja francamente insuportável, o lar, símbolo da união familiar, lá vai resistindo a ventos e tempestades até ao dia em que a estrutura acaba por ceder.

Leia aqui a continuação do testemunho de Ana Leandro

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