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Os portugueses estão a morrer mais por causas que podiam ser evitadas, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e no sul e interior do país, alertou esta quinta-feira uma especialista da Universidade de Coimbra.
Continuam a verificar desequilíbrios geográficos que se traduzem em desigualdades no acesso aos cuidados de saúde, começa por advertir a geógrafa e investigadora Paula Santana, que tem trabalhado os indicadores da saúde dos portugueses nos últimos 40 anos, detetando algumas «áreas de sinal de alerta» no que diz respeito à mortalidade evitável sensível à prevenção primária.
Este indicador corresponde a um conjunto de causas de morte - cancro da traqueia, brônquios e pulmão, doença isquémica do coração, doença crónica do fígado e cirrose e acidentes de trânsito com veículo a motor - ocorridas antes dos 75 anos de idade que poderiam ter sido evitadas através de medidas eficazes de prevenção das doenças e ações multissectoriais de promoção da saúde.
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Em declarações enviadas à agência Lusa por escrito, a propósito da sua participação no 5º Congresso Internacional dos Hospitais, que decorre a partir desta quinta-feira e até sábado, em Lisboa, Paula Santana recordou que, nos últimos 20 anos, «as mortes consideradas evitáveis pela prevenção da doença e promoção da saúde diminuíram consideravelmente em Portugal: menos 37% nos homens e menos 42% nas mulheres».
A investigadora destaca «a redução nas mortes por doença isquémica do coração (menos 50% nos homens e menos 57% nas mulheres), causa considerada evitável tanto pela prevenção primária como pelo acesso atempado e efetivo a cuidados médicos». «Esta diminuição não ocorreu de forma homogénea em todo o território».
«'As regiões evoluíram a ritmos diferentes em função da evolução da demografia, das acessibilidades e das condições económicas e sociais». Por este motivo, «continuam a verificar-se desequilíbrios geográficos que se traduzem em desigualdades em saúde»
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«Estas duas últimas áreas juntam-se a um conjunto de municípios localizados no sul e interior centro e norte (nos quais reside 35% da população) onde, em sentido inverso, as mortes aumentaram significativamente»
«O padrão espacial destas causas de morte não parece estar relacionado apenas com o caráter rural ou urbano, mas também com as caraterísticas do local de residência». «Foram encontradas associações entre fatores sociais e económicos permitindo afirmar que a regressão da mortalidade associada à prevenção primária ao longo do tempo está em parte ligada a dois grupos de fatores»
O 5º Congresso Internacional dos Hospitais é este ano subordinado ao tema «Serviço Nacional de Saúde. (RE)Conhecer as Mudanças».
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