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«Pornografia à solta nas escolas»

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A expressão é de um pai, preocupado, após saber que, nos intervalos das aulas, os computadores do e.escola são usados para visitar sites de conteúdos para adultos

«Há pornografia à solta nas escolas». Esta foi a expressão utilizada por um pai de um adolescente com 11 anos, preocupado, após descobrir que, nos intervalos das aulas, os alunos mais velhos usavam os computadores da e.escola, do programa tecnológico do Governo, para navegarem em sites com conteúdos para adultos.

Ao tvi24.pt, este encarregado de educação, relatou a conversa que teve com o filho sobre o assunto. «Ó pai, conheces o RedTube?» perguntou, de forma inocente, o menor. O referido site dedica-se exclusivamente a pornografia. Um pouco chocado, o pai perguntou ao filho onde o tinha visto. «No recreio da escola. Os do 8º e 9º levam o portátil do e.escola e ficam a mostrar-nos», respondeu.

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O encarregado de educação prefere manter o anonimato, para não prejudicar o filho, mas reside numa pequena aldeia do norte do país. Após a conversa com o filho não conseguiu deixar de questionar porque motivo os computadores do e.escola «não trazem software bloqueador de acesso a páginas não adaptadas às idades dos inscritos no programa»?

«Computador atribuído com uma determinada função»

«Como é que um computador atribuído com uma determinada função vem permeável a qualquer tipo de pesquisa», insiste. Em seguida, confessa que o seu filho não usufruiu do programa e que optou por comprar um computador portátil numa loja «normal». «Mas a maioria dos colegas têm o outro», garante.

Recorde-se que quando o Magalhães chegou às escolas nacionais, no âmbito do programa e.escolinha, este vinha apetrechado com software para bloquear sites de conteúdos explícitos. O mesmo não acontece com o programa e.escola dirigido ao 5º, 6º (que também podem optar pelo Magalhães), 7º, 8º e 9º ano, como o próprio Ministério da Educação confirmou ao tvi24 após ser confrontado com a questão.

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A indignação do encarregado de educação leva-o a deixar uma pergunta no ar: «Como é que é possível que esta tão poderosa ferramenta de trabalho e de aprendizagem, seja entregue de forma tão irresponsável deixando ao critério - nem sempre assim tão conhecedor ou esclarecido - quer dos próprios jovens, quer de seus pais e encarregados de educação, a responsabilidade de controlar fora do ambiente familiar, o que é perscrutado e consultado na Internet em particular nos recintos escolares, onde crianças assistem indefesas a estas alarvidades»?.

«Nada o impede»

Kátia, tem 16 anos e é aluna do 9ºano de escolaridade, em Lisboa. O seu computador faz parte do programa do e.escola, como o da maioria dos seus amigos e colegas. Garante que nunca teve curiosidade em visitar sites pornográficos, mas confessa saber que muitos colegas o fazem no computador que receberam do programa tecnológico. «É possível sim, não há nada que o impeça», afirma ao tvi24.pt.

«Há riscos»

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Não deixa de ser curioso que esta segunda-feira a ministra da Educação, Isabel Alçada, tenha estado presente numa conferência na Fundação Calouste Gulbenkian, dedicada ao tema «Desafios da Era Digital - Infância, Criança, Internet», e tenha admitido que «há riscos» na utilização das novas tecnologias.

Segundo a agência Lusa, a ministra contrariou a ideia de que as crianças têm uma natural aptidão para as novas tecnologias e que conseguem aprender sozinhas a utilizá-las, sem precisarem da ajuda dos adultos. «Sabemos que há riscos. É importante que as crianças sejam protegidas e saibam auto-proteger-se», sublinhou.

Isabel Alçada alertou ainda que «é muito importante que as crianças usem estas potencialidades educativas novas, mas que tenham o apoio dos adultos - professores e famílias - para que essa utilização seja formativa, que não seja só a brincar».

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