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Empresa com 288 trabalhadores declarada insolvente

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Trabalhadores da Arco Têxteis, em Santo Tirso, concentraram-se esta quarta-feira à porta da empresa

O tribunal de Santo Tirso decretou esta quarta-feira a insolvência da Arco Têxteis, indicaram representantes dos 288 trabalhadores no dia em que se concentraram 150 pessoas à porta da empresa.

A decisão do tribunal de Santo Tirso surge na sequência do chumbo, por parte dos credores, nomeadamente bancos, de um Plano Especial de Revitalização (PER) que a administração desta empresa do distrito do Porto apresentou no ano passado.

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Segundo Palmira Peixoto, responsável do Sindicato dos Trabalhadores dos Setores Têxteis, Vestuário, Calçado e Curtumes (SINTEVEV) que esta tarde se dirigiu aos funcionários concentrados à porta da empresa, vai iniciar-se na quinta-feira a fase em que serão passadas as certidões para os trabalhadores poderem entrar com os pedidos de subsídio de desemprego.

Também o advogado Hernâni Gomes, representante de cerca de 60 trabalhadores, confirmou em declarações à agência Lusa que «os funcionários já estão a ser informados desta situação por parte da administração».

Quanto à reclamação de créditos em atraso, os trabalhadores terão de esperar que a decisão da insolvência seja publicada em Diário da República.

Estão por pagar os salários de janeiro e fevereiro, os dias em que ainda houve laboração em março, bem como, em alguns casos, 50% do subsídio de férias de 2014.

Palmira Peixoto falou do «desespero» de muitos funcionários, pelo que sublinhou a necessidade de «pôr fim a uma situação complicada que não podia prolongar-se mais».

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Já Hernâni Gomes apontou que nunca acreditou na revitalização da empresa, considerando o PER como «cuidados intensivos da insolvência». Lamentou ainda que as negociações tenham decorrido «à margem de quase a totalidade dos trabalhadores».

Entre a cerca de centena e meia de trabalhadores que se concentrou à porta da empresa, com uma faixa onde se lia «Trabalhadores da Arco Têxteis sem receber salários. Queremos soluções urgentes», ouviram-se vozes de descontentamento, mas também de alívio pelo processo ter enfim um ponto final.

«Íamos vendo o trabalho a acabar, os patrões a perderem o interesse, tudo», descreveu Camila Freitas, de 58 anos, que trabalhava há mais de 40 anos no setor de bobinagem/fiação da Arco Têxteis.

Ao lado, Balbina Silva, de 55 anos, disse: «Foi o meu primeiro e último trabalho. Com esta idade não tenho ilusões».

Já Augusto Varela, de 58 anos, que trabalhava no armazém de fio da empresa de Santo Tirso disse que este é «o segundo pior dia» da história da Arco Têxteis, considerando o primeiro o momento em que, descreveu, «há seis anos outros colegas saíram e deram-se esperanças aos que ficaram».

No dia 24 de fevereiro, por iniciativa da bancada da CDU, foi aprovada por unanimidade na assembleia municipal de Santo Tirso uma moção que recomendava à câmara local que, «em caso de inviabilização, sejam reivindicadas medidas de emergência de apoio à criação de emprego passíveis de assegurar um futuro às centenas de trabalhadores desempregados».

A Lusa tentou contactar a administração da empresa mas sem sucesso até ao momento.

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